O propósito de nossas vidas
Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor, e não para os homens, sabendo que receberão do Senhor a recompensa da herança.
É a Cristo, o Senhor, que vocês estão servindo. (Colossenses 3:23,24)
Muitas vezes nos deparamos com pessoas que reclamam que ainda não tomaram um bom rumo, pois desconhecem qual é o propósito de suas vidas.
Faremos, portanto, uma reflexão a respeito para que todos possamos buscar, identificar, interiorizar e tomar o caminho que faz parte do plano de excelência de Deus programado para cada um de nós.
Primeiramente, vale compreendermos os objetivos da reencarnação e, para tanto, busquemos a questão 132 de O Livro dos Espíritos, na qual Allan Kardec questiona: “Qual o objetivo da encarnação dos Espíritos?”. A resposta do Espírito de Verdade foi “Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição. […] Visa ainda outro fim a encarnação: o de pôr o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca na obra da criação. Para executá-la é que, em cada mundo, toma o Espírito um instrumento, de harmonia com a matéria essencial desse mundo, a fim de aí cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus. É assim que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta.”
Em linhas gerais, vemos, portanto, que a vida possui dois propósitos: um amplo, genérico, para todos e outro específico, para cada indivíduo. O primeiro é a evolução, ou seja, todos possuímos o propósito de crescer, de evoluir. Esse todos já sabíamos… Mas, e o segundo? Esse que é específico, pessoal e intransferível, em que precisamos realizar a parte que nos cabe na criação, de cumprirmos as ordens de Deus (o plano de excelência de Deus, lembra?)?
Para tanto, busquemos O Livro dos Espíritos novamente, nas questões de 489 a 521, onde é descrita a doutrina dos anjos guardiões. Há um detalhe interessante nos comentários dos Espíritos São Luís e Santo Agostinho, à questão 495: “É uma doutrina, esta, dos anjos guardiães, que, pelo seu encanto e doçura, deveria converter os mais incrédulos. Não vos parece grandemente consoladora a ideia de terdes sempre junto de vós seres que vos são superiores, prontos sempre a vos aconselhar e amparar, a vos ajudar na ascensão da abrupta montanha do bem; mais sinceros e dedicados amigos do que todos os que mais intimamente se vos liguem na Terra? Eles se acham ao vosso lado por ordem de Deus. Foi Deus quem aí os colocou e, aí permanecendo por amor de Deus, desempenham bela, porém penosa missão. Sim, onde quer que estejais, estarão convosco. Nem nos cárceres, nem nos hospitais, nem nos lugares de devassidão, nem na solidão, estais separados desses amigos a quem não podeis ver, mas cujo brando influxo vossa alma sente, ao mesmo tempo que lhes ouve os ponderados conselhos. (grifos nossos)”.
Se foram colocados ao nosso lado por Deus, se são Espíritos sempre de ordem mais evoluída que nós, se são os responsáveis por avalizarem a nossa programação reencarnatória, bem como nossa própria reencarnação, muito provavelmente (porém, um provável com quase 100% de certeza), conhecem em detalhes qual é o plano de excelência de Deus, o nosso propósito específico.
Mas, por que então, mesmo assim, ainda não estamos conscientes de nosso propósito específico? Porque não temos estreitado os laços com os nossos anjos guardiães, não temos feito os questionamentos a eles, conforme eles mesmo nos orientaram: “Não receeis fatigar-nos com as vossas perguntas. Ao contrário, procurai estar sempre em relação conosco. Sereis assim mais fortes e mais felizes.”
Mais interessante ainda é o final da orientação, ainda na mesma questão: “São essas comunicações de cada um com o seu Espírito familiar que fazem sejam médiuns todos os homens, médiuns ignorados hoje, mas que se manifestarão mais tarde e se espalharão qual oceano sem margens, levando de roldão a incredulidade e a ignorância. Homens doutos, instruí os vossos semelhantes; homens de talento, educai os vossos irmãos. Não imaginais que obra fazeis desse modo: a do Cristo, a que Deus vos impõe (grifos nossos). Para que vos outorgou Deus a inteligência e o saber, senão para os repartirdes com os vossos irmãos, senão para fazerdes que se adiantem pela senda que conduz à bem-aventurança, à felicidade eterna?”
Encontremos, portanto, amigos, o nosso propósito específico! Estreitemos os laços, questionemos. Nosso anjo guardião nos responderá os questionamentos e se alegrará ainda mais com os resultados (em consonância com o plano de excelência de Deus) que poderemos obter nesta encarnação.
Deus nos abençoe sempre!
Paulo Henrique de Assis
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