CARE 53

Nós e a prática da caridade

Os Apóstolos de Jesus tiveram por missão difundir as ideias do Mestre em teoria e prática. Assim iniciaram as suas andanças pelo mundo de então.

Com Saulo de Tarso, que após a conversão passou a se chamar Paulo, não foi diferente. Ele não conviveu com Jesus. Sabemos da passagem no deserto quando foi interrogado pelo Mestre. E Paulo então se tornou um cristão verdadeiro, ou seja, em palavras e atos. Muito trabalhou para difundir o Cristianismo.

Naquele tempo, um dos meios de comunicação mais usual eram as epístolas. Os Apóstolos se utilizaram desse recurso com mensagens elucidativas e orientadoras para orientar e apoiar as várias comunidades cristãs que foram surgindo por onde passaram.

Certa vez, Paulo enviou aos cristãos da cidade de Corinto uma epístola onde encontramos um “Hino à caridade” como está descrito nas páginas da Bíblia de Jerusalém. É um texto primoroso e tocante.

Apresentamos aqui um pequeno trecho para reflexão, mas vale a pena ler o texto na íntegra. Vejamos: “Ainda que eu falasse línguas, as dos homens e as dos anjos, se eu não tivesse caridade, seria como um bronze que soa ou o címbalo que tine. Ainda que tivesse o dom da profecia, o conhecimento de todos os mistérios e de toda a ciência, ainda que tivesse toda a fé a ponto de transportar montanhas, se eu não tivesse a caridade, nada seria (…). Agora, portanto, permanecem fé, esperança, caridade, essas três coisas. A maior delas, porém, é a caridade.” (I CORÍNTIOS CAP 13: 1 a 13).

Nessa epístola, Paulo diz que mesmo que distribuísse todos os bens aos famintos, se não tivesse caridade, isso nada adiantaria. Por que será?

De modo geral, quando pensamos em fazer caridade, a primeira ideia que ocorre é doar coisas materiais. Mas, é verdade que a prática da caridade requer muito mais de todos nós. O apelo é para que nos doemos para todos aqueles que passam pelo nosso caminho. E em tempos de pandemia, quando tantas pessoas se sentem sozinhas e angustiadas, torna-se extremamente importante que estendamos as mãos para acolher, mesmo à distância, sem aproximação física, aquele que sofre.

Portanto, tomemos o significado de caridade como nos ensina Paulo como a prática do amor. Envolvendo pessoas no desejo de que fiquem bem. Socorrendo materialmente, mas socorrendo também no sentido mais amplo de doar calor humano. Existem palavras que curam. Jesus, o terapeuta por excelência, curava de longe e de perto, sanava as dores do corpo e as dores da alma. O amor verdadeiro é assim. Atentemos para esse ensinamento de Jesus.

Ana Lúcia Araújo

Página 10