CARE 51

Ainda sobre o medo

Podemos dizer que o medo é uma reação diante de qualquer situação que seja percebida como ameaçadora. Vale ressaltar que aqui o pensamento é fundamental no processo, haja vista que nossas percepções são altamente influenciadas pelos nossos pensamentos.

Basta que nos recordemos das brincadeiras de infância quando se reuniam várias crianças para contação de histórias de terror. A seguir, qualquer barulho, qualquer imagem se tornavam algo extremamente aterrorizante, ou seja, nosso pensamento, inundado pelas narrativas, se tornava um desencadeador do medo.

Outra situação é quando lidamos com as incertezas. Diante delas, o cérebro trabalha muito intensamente tentando prever o que possa acontecer, tentando preencher as lacunas daquilo que não se sabe se irá ou não acontecer. Como, os ansiosos possuem a tendência a pensamentos catastróficos, as lacunas preenchidas são, quase sempre, com o que há de pior e, com isso, o medo se agiganta.

Além disso, temos também o medo de sentirmos medo. E vamos avolumando pensamentos que mais nos desestabilizam do que auxiliam.

Tanto que, Joanna de Ângelis, no livro Conflitos Existenciais, nos diz: “Quase sempre cultivado, deveria ser racionalizado, a fim de inutilizar-se-lhe a procedência para constatar que tem origem maior na imaginação receosa e não em fator real de desequilíbrio e de prevenção de perigo.”

No medo, nosso corpo se prepara para luta ou fuga ou se congela, os sentidos são bombardeados com muito mais informações do que costuma administrar, ficamos muito mais sensíveis ao que acontece a nossa volta, a ansiedade chega a níveis muito elevados.

É necessário, então, que busquemos saídas mais saudáveis para podermos vencer o medo que, em muitos episódios, está com larga vantagem no placar da vida.

Vejamos, portanto, o que pode ser feito:

A primeira conduta é identificarmos que estamos ficando com medo, que a reação do nosso corpo, os sintomas sentidos estão ligados ao medo.

Se o pensamento afeta no crescimento do medo, também afeta na sua redução e na sua administração. Dessa forma, necessitamos racionalizar se há motivo para nos sentirmos ameaçados.

Caso identifiquemos que a sensação de medo não seja justificada, busquemos nos esforçar para fazermos o melhor julgamento e interpretação daquele cenário, ou seja, busquemos outras formas de encarar a mesma situação (flexibilidade).

Outra forma muito importante no trabalho de administração do medo é buscarmos nos expor, pouco a pouco, àquilo que nos gera o medo (dessensibilização). Não estamos dizendo que vamos encarar o medo de peito aberto (isso poderia até mesmo gerar traumas mais graves), mas que podemos irmos nos expondo aos poucos para ganharmos confiança, dando ao nosso corpo experiências positivas ligadas àquilo que parecia ameaçador a princípio.

E, para finalizarmos, devemos nos lembrar da terapêutica de ouro:

  • A confiança em Deus, em Jesus e nos Benfeitores Amigos. “Não fui eu que ordenei a você? Seja forte e corajoso! Não se apavore nem desanime, pois o Senhor, o seu Deus, estará com você por onde você andar” (Josué 1:9).
  • A oração para que mantenhamos a sintonia elevada e o medo não tome conta de nossos pensamentos.
  • A meditação que nos auxilia no controle do corpo e da mente.

Caso, mesmo diante de tudo isso, o medo persista, o melhor é buscarmos ajuda especializada.

Jesus nos abençoe sempre e nos dê a coragem de enfrentarmos a nós mesmos para que nos tornemos pessoas melhores!

Paulo Henrique de Assis

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