CARE 51

Caridade é amor

O ato de caridade desperta entre alguns adeptos do espiritismo considerações pessoais diversas sobre o tema. Observamos que muitos têm uma visão do tema referenciado por sua subjetividade, que construiu em razão de suas experiências em relação ao próximo, dentro de um corpo social materialista, que centra o seu ponto de vista a partir do que vê e percebe, de acordo com o que construiu no seu processo evolutivo até então.

O Apóstolo Paulo, na Primeira Carta aos Coríntios (13:1-13). fala da caridade que aprendeu no evangelho do Cristo, que a praticava e a ensinava aos gentios. “Ainda que eu falasse a língua dos homens e dos anjos, se não tiver caridade, sou como o bronze que soa ou como o címbalo que retine. Ainda que eu distribuísse todos os meus bens em sustento dos pobres e, ainda que entregasse meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, de nada valeria.”

Em O Livro dos Espíritos, na questão 886, Allan Kardec pergunta: Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia Jesus? A resposta é: “Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas.” Em O Evangelho Segundo Espiritismo, Kardec dedica o capítulo 15 ao tema da caridade – fora da caridade não há salvação.

Observamos, diante dos ensinamentos do Apóstolo Paulo e de Allan Kardec, que caridade é algo tão sublime para a evolução do Espírito em sua jornada neste orbe de provas e expiações, que não é possível avançarmos sem nos comprometermos com a caridade.

Existem adeptos que discutem se distribuição de gêneros alimentícios, por exemplo, é caridade ou não, que caridade seria levar aos aflitos e necessitados a palavra do Cristo. Muito poderíamos deliberar sobre estas questões, mas preferimos fazer uso das palavras do Espírito João Evangelista, em seu diálogo com Dona Ivonne do Amaral Pereira, registradas no livro Recordações da Mediunidade, capítulo Complexos Psíquicos. Após o trabalho de dois meses em desdobramentos do sono, Dona Ivonne fica em dúvida se realmente foi caridade a assistência a um Espírito sofredor que obsediava seu parente. João Evangelista pede a ela que externasse seu entendimento sobre a questão da caridade. Essa emite seu entendimento que foi prontamente corroborado pelo Espírito mentor, mas ele diz que é muito mais, afirmando que: “… a caridade é amor e o amor é infinito e indefinível.”

Logo, podemos concluir:  todo ato que se faz em benefício do próximo, que esteja envolvido pelo amor, aí estará a caridade.

Afonso Celso Martins Pereira

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