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Desligamento do mal

Uma afirmação que sempre ouvimos em qualquer religião ou doutrina religiosa é que Deus é perfeito e criador de todas as coisas. Tudo pode, tudo vê, tudo sabe. Sendo perfeito, suas leis são perfeitas em qualquer nível.

Uma de suas leis é a Lei do Progresso, muito bem explicada no capítulo oitavo da terceira parte de O Livro dos Espíritos.

Aprendemos que o Espírito tem por objetivo o progresso pessoal. As experienciações nas reencarnações possibilitam evoluir em intelecto e em moral, as asas para o voo da alma.

Mas, o egoísmo e a ignorância dificultam nossos progressos. O comportamento equivocado é um empecilho no nosso “caminhar em direção ao Pai” e nos empacam no progresso. Quantas vezes temos que voltar à vida na carne para resgatarmos os erros cometidos até que aprendamos que o caminho é outro? Até que enxerguemos a verdade que irá nos libertar?

A magnanimidade do Pai é infinita, mas a correção é obrigatória. Oportunidades várias são oferecidas a cada um de nós. A quebra da teimosia em permanecermos no erro se dá com o tempo. E o tempo passa, não volta… e, mesmo assim, o contumaz “teimoso” insiste em se manter no padrão inferior, moralmente analisando.

Felizmente, Deus tem amor e paciência. Aprendemos com nossas próprias experiências. Isso será nosso aprendizado indelével. As cicatrizes das dores físicas e morais são as emuladoras que nos empurram para o progresso. A linguagem popular fala que não devemos “dar murro em ponta de faca”, mas fazemos, não é?

Aqueles que professam o Cristianismo (ou qualquer outra fé honesta) já entendem que o progresso é lei, é obrigatório, é inevitável. E entendem, também, que seguir a Lei Divina é estar no caminho certo.

Quando o Espírito se torna autodescoberto, autoconsciente, entende as suas necessidades e clama por oportunidades de reparo em reencarnações expiatórias e expungitivas.

Emmanuel sabiamente denomina essa situação como “Desligamento do Mal”, no capítulo 42 do livro Justiça Divina.

Ele diz logo no início: Antes da reencarnação, no balanço das responsabilidades que lhe competem, a mente, acordada perante a Lei, não se vê apenas defrontada pelos resultados das próprias culpas. Reconhece, também, o imperativo de libertar-se dos compromissos assumidos com os sindicatos das trevas. Para isso, partilha estudos e planos referentes à estrutura do novo corpo físico que lhe servirá por degrau decisivo no reajuste, e coopera, quanto possível, para que seja ele talhado à feição de câmara corretiva, na qual se regenere e, ao mesmo tempo, se isole das sugestões infelizes, capazes de lhe arruinarem os bons propósitos.

E Jesus nos mostrou em palavras e atos que o progresso é para todos, quando nos convida ao trabalho: “Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também.” (João 13:15)

Fernando Emílio Ferraz Santos

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