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Enquanto esperamos por Deus

Nos mundos primitivos, a única referência que os habitantes possuem são o céu estrelado, a natureza agreste e em constantes transformações que os rodeia e seus corações ligados ao sagrado. Dentro destes conteúdos e auxiliados pelos mentores espirituais eles caminham em busca dos seus avanços. Então, o sagrado é para eles tudo que podem contar e daí que sacralizam toda a natureza, criando deuses para cada parte da mesma.

A partir dos avanços civilizatórios, cada comunidade vai se estabelecendo dentro da evolução e de acordo com a cultura que vão formando. Quase sempre vão se distanciando daquilo que os guiou no início. E vão se afastando da ideia de Deus em si e fora de si.

Chegamos a este ponto na atualidade. O Ocidente se profanou e seus habitantes, longe da presença divina em si, não conseguem mais a referência de Deus fora de si e sofrem como alienados da sorte ou das possibilidades superiores.

Jesus e a Doutrina Espírita constituem hoje as maiores referências para retornarmos àqueles idos e, num sentido mais lógico, entendermos aquele céu estrelado como caminhos além.

Enquanto não nos abrirmos decididamente aos ensinamentos do Evangelho à luz da Doutrina Espírita, pode ser que permaneçamos como filhos desgarrados do Pai, ovelhas perdidas, dracmas escondidas sob algum tapete.

A atualidade exige de nós esforços espetaculares para adequações ao futuro. Assim, Jesus o prepara e assim necessitamos estudar e realizar dentro dos âmbitos da harmonia e do bom senso.

Passaram-se os tempos da infância espiritual. Chega-nos a adolescência. Quase sempre os adolescentes se tornam rebeldes, enquanto se ajustam para a vida. Que sejamos mais conscientes enquanto nos arrumamos para a espiritualidade que nos aguarda.

Enquanto esperamos pela abertura definitiva em nossos corações da presença de Deus, que busquemos consolidar lições, adequando critérios nobres onde a moral e a ética, unidas à inteligência, sejam nossas opções definitivas.

Enquanto esperamos por Deus em nós, que nossos pensamentos e palavras sejam luzes a se soltarem de nós em busca de corações necessitados.

Enquanto esperamos por Deus em nós que nossas ações sejam a de um peregrino que serve a água, o pão e o consolo ao que passa desprovido destes bens.

Somente assim, Deus já não será mais uma espera e sim uma verdade. E nossas consciências despertarão para vivermos a religião do Universo que é o amor pleno com Deus.

Guaraci de Lima Silveira

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