CARE 48

ReconFORTE-se

Cada um de nós teve que palmilhar um caminho diferente, segundo as oportunidades, escolhas e motivações que tivemos. Com isso, cada um possui experiências diferentes, boas e não tão boas, que nos forjaram e construíram quem somos hoje, fortes em alguns aspectos, mas, ao mesmo tempo, trazemos fragilidades que necessitam de cuidados para que possamos nos sentir bem conosco mesmos. Vale lembrar que apresentar fragilidades não é demérito algum. É simplesmente porque ainda não desenvolvemos outras habilidades que nos fortalecem.

O propósito de estarmos na Terra é justamente para nos melhorarmos a cada dia, tanto que Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos, na questão 132, trata desse assunto, questionando aos Espíritos Luminares: “Qual o objetivo da encarnação dos Espíritos? Ao que eles respondem: “Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição.”

A beleza da vida é a possibilidade de convivermos e podermos nos trabalhar para chegarmos a essa perfeição. Para tanto, seguem algumas ideias que podem nos auxiliar nessa caminhada, tornando nossas ações um pouco mais conscientes.

Ao contrário do que muitos acreditam, não haveria necessidade de sofrimento na vida para que possamos nos purificar. O sofrimento surgirá em decorrência de atos em desequilíbrio como também como uma forma de convite para que possamos buscar algo melhor. Ele nos força a sairmos do lugar para não nos acomodarmos. Deus deu a inteligência ao homem para que a utilize na busca de evitar ou vencer o sofrimento. Dessa forma, se existem dores no corpo, faz-se necessário buscar o remédio que alivia, os comportamentos que equilibram. Se o desconforto é emocional, precisamos buscar ajuda para que a situação seja alterada. Não é nada produtivo “curtirmos” um sofrimento na expectativa de autopurificação.

Todo desafio que trazemos dentro de nós é alimentado por aquilo que jogamos para dentro a partir dos nossos órgãos dos sentidos, ou seja, tudo o que vemos, ouvimos e sentimos encharca nossas dores de forma positiva ou não. Quanto introjetamos coisas boas, que constroem, positivas, geradoras de esperança, elas reduzem nossas dores. Se introjetamos coisas que não são saudáveis, noticiários ruins, imagens não positivas, fortalecemos nossas dores e a insatisfação cresce dentro de nós.

Todos nós, em nossa caminhada, tivemos acertos e desacertos. Quando nos atemos aos desacertos, muitas vezes, alimentamos culpas dentro de nós. A culpa em nada ajuda. Não precisamos nos culpar. Como não somos perfeitos, o desacerto é comum e ainda está presente. O que precisamos é buscar reparar o que é possível e não repetir o desacerto, mas, de forma alguma, precisamos alimentar culpa. É por isso que perdoar a si mesmo é fundamental. Sempre digo a mim mesmo: eu me perdoo por tudo aquilo que fiz e que poderia ter feito de forma diferente.

A alegria de viver vem justamente do dever cumprido em relação à sociedade, à família e a nós mesmos. Muitas vezes damos atenção aos dois primeiros e nos esquecemos de um elemento essencial: nós mesmos. Precisamos nos ajudar um pouco mais para que possamos sentirmo-nos melhores. Se o que estamos tentando não está produzindo o resultado que esperamos, talvez seja momento de alterar a estratégia. Afinal, existem coisas na vida que não temos como mudar e precisamos aceitá-las, mas, as que podemos mudar, precisamos nos movimentar para que se concretizem e produzam frutos melhores.

Deus os abençoe sempre!

Paulo Henrique de Assis

Página 8