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Jesus, Parábolas e Transição Planetária

Nos artigos anteriores, viemos preparando os leitores para a interpretação do livro Apocalipse sob as luzes do Espiritismo.

Neste artigo, vamos refletir sobre a Parábola das dez virgens que aguardavam o noivo Jesus (Mateus 25:1-13). Todas traziam consigo uma lâmpada ou candeia que necessitava de azeite para se manter acesa. Ao chegar a noite, ouviu-se uma voz, convidando a todas para as bodas. Todas se levantaram, porém, como a noite era escura, era preciso acender suas lâmpadas. Metade das virgens tinham azeite consigo, porém a outra metade não. O encontro com o noivo aponta para uma mudança profunda de realidade, pois o casamento muda a realidade civil das pessoas. A simbologia indica uma aproximação maior do planeta com os ensinos de Jesus, fruto da germinação da Boa Nova por mais de dois milênios. Um casamento cósmico. O drama na Parábola reside no fato de metade das virgens estarem despreparadas, tendo suas lâmpadas vazias. A mensagem é impactante: não adianta ter a aparência de noiva ou apenas carregar uma lâmpada. Às vésperas da regeneração, todos estamos sendo chamados a abandonar as máscaras, a substituir a aparência pela essência. A lâmpada é um símbolo da nossa realidade interna, onde ocorre o confronto entre as fraquezas sombrias e a luz renovadora do Evangelho que busca despertar consciências e corações. Somente assim, estaremos habilitados a entrar pela porta da regeneração.

A Parábola relata que parte das noivas encontrou a porta fechada, por chegarem atrasadas. O tempo para a reforma íntima não pode ser adiado. Escreve Allan Kardec em A Gênese, cap. XVIII, item 6: “Nestes tempos, porém, não se trata de uma mudança parcial, de uma renovação limitada a certa região ou a um povo. Trata-se de um movimento universal, que se opera no sentido do progresso moral.”

O Apocalipse é uma agenda crística e é essencial conhecê-la para cumpri-la. Que saibamos manter acesa a lâmpada da nossa alma.

Rafael dos Andes

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