CARE 47

Jesus, política e nós

Noutra época, e em toda parte, ela foi praticada de forma bárbara quando a divergência era escancarada e a discordância castigada.

Noutra época, e em toda parte, ela foi praticada por uma cidadania masculina, maior de idade, que tivesse posses – inclusive escravos – e que fosse “filha da deusa Atenas”, a deusa grega da guerra, portanto, uma aristocracia patriarcal muito pouco diferente da bárbara.

Noutra época, e em toda parte, ela foi praticada por um triunvirato de militares e depois por um só general equestre – a cavalo – dito Augustus, quando o poder era mantido, ainda, sob a força dos cascos e da espada.

Foi logo depois dessa época, à época de Tiberius – o mais triste dos homens – que veremos nascer O Mais Perfeito dentre Os Homens e com Ele, a mais excelente forma de gerir o poder: o amor aos Seus semelhantes.

Ele ensinou que, para gerir o poder da forma mais excelente, deveremos “Dar a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.” Indicando, claramente, que há uma separação – legítima, porque reconhecida por Ele, mas uma separação – entre o poder temporal e O Poder Divino.

Com Ele aprendemos – ou deveríamos ter aprendido – que este poder – legítimo, mas menor – deve considerar, também, a oposição entre Deus e mamom: o dinheiro.

Nada, como todas as outras advertências dEle, tão atual e pertinente!

Em se tratando na polis, Ele, primeiramente, distinguiu entre Poder Divino e Estado. Depois separou Deus e dinheiro. Postou-se no exato lugar de fazer o melhor possível para efetivar a paz entre os homens. Porque à época de Tiberius, ao tempo da falsa pax romana, a verdadeira paz foi anunciada por Ele e cantada pelos anjos: “Glória de Deus nas alturas, paz sobre a terra, boa vontade para com os homens.”

Portanto, não temamos! No novembro do calendário juliano e gregoriano, lembremo-nos do tempo de Jesus e diante das escolhas, intimoratos e conscientes, votemos para a paz sobre a terra com a justiça calcada na boa vontade para com os homens e entre os homens.

Josemare Pires
Paulo Henrique Monteiro

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