CARE 46

Acurada observação

A compreensão espírita de educação ultrapassa os limites da atual encarnação, pois é o somatório de inúmeras existências na matéria ao longo de muitos séculos.

As aptidões, as inclinações, os hábitos e os temperamentos, bem distintos em cada ser, são testemunhos dessa realidade. E se, em cada encarnação, adquirimos experiências e valores que vão desenhando o caráter que hoje temos, os métodos educativos não podem ser idênticos. Por esse motivo, a Doutrina Espírita orienta acurada observação, desde o nascimento, a fim de que se possa perceber as características de cada filho.

O olhar atento dos genitores deve conduzir a educação de forma construtiva, para atender às necessidades do espírito reencarnante, ou seja, notar as más tendências para suprimi-las e despertar os valores positivos que cada ser traz consigo.

A conversação entre pais e filhos é primordial, pois permite uma avaliação constante das atitudes tomadas pelas crianças, reforçando as mais eficientes, e, advertindo quanto àquelas inadequadas, demonstrando a existência da autoridade doméstica, que busca conduzir a uma disciplina indispensável, como ressalta o Espírito Humberto de Campos, no livro “Boa Nova”, psicografia de Chico Xavier, “(…) o amor para educar não prescinde da energia e a ternura, por mais valiosa, não pode dispensar o esclarecimento”.

Assim, deve-se buscar atitudes harmoniosas, sem os conflitos que distanciam os filhos da convivência familiar. Quando os pais, não se atentam para esse acompanhamento indispensável, permitem que o caminho traçado pelos filhos possa vir a ser penoso, gerando sofrimentos. Antes que isso aconteça, orientemos nossos filhos com o exemplo de Jesus.

E recordemos a advertência dos Amigos Espirituais, registrado por Allan Kardec: “Os Espíritos dos pais têm por missão desenvolver os de seus filhos pela educação. Constitui-lhes isso uma tarefa. Tornar-se-ão culpados, se vierem a falir no seu desempenho.” (LE, q.208)

Verônica Azevedo

Página 9