CARE 46

Aprendendo com Paulo de Tarso

O livro “Paulo e Estevão”, do Espírito Emmanuel, psicografia de Chico Xavier, narra que durante a primeira viagem apostólica de Paulo de Tarso e Barnabé, na cidade de Icônio, Paulo sofreu o suplício de trinta e nove açoites, sob acusação de sedutor, blasfemo e revolucionário, além de severos castigos na prisão.

Após a sua libertação, o Apóstolo dos gentios resolve partir da cidade de Icônio para continuar seu trabalho de mensageiro do cristianismo e, ainda muito debilitado pelas agressões sofridas, foi interpelado por um dos amigos, se não seria melhor que ele permanecesse mais alguns dias na cidade para se recuperar um pouco mais de seus ferimentos. Ao preocupado amigo, Paulo responde: “O serviço é de Jesus, e não nosso. Se cuidarmos muito de nós mesmos, nesse capítulo de sofrimentos, não daremos conta do recado; e se paralisamos a marcha nos lances difíceis, ficaremos com os tropeços, e não com o Cristo.”

Observamos que as palavras do Apóstolo dos gentios demonstram o seu perfeito entendimento dos ensinamentos do mestre Jesus, narrado pelo evangelista Mateus no capítulo 16:24 – “… Se alguém quer vir após mim, negue a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me.”

Na sua biografia de mensageiro do Cristo, destacam-se em inúmeras passagens, a demonstração clara da sua vontade de seguir Jesus, desistindo de colecionar tropeços, inclusive oferecendo o seu corpo ao sacrifício da espada e se tornando um mártir do cristianismo primitivo.

Atualmente, não se faz mais necessário o sacrifício da vida terrena para seguir Jesus, em virtude de pertencermos a um momento histórico diferente do início do cristianismo. Mas, o ensinamento do mestre ainda é atual. 

Logo, nós seguidores do Cristo estamos optando pela marcha contínua, com nossa cruz, seguindo o Cristo ou estamos colecionando tropeços, abandonando nossa cruz, para supervalorizar nossos sofrimentos, que nos impedem de prosseguir a retaguarda do mestre? Que tal refletirmos?

Afonso Celso Martins Pereira

Página 12