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O Céu e o Inferno

1º Parte – Capítulo 7

As penas futuras segundo o Espiritismo

O Código penal da vida futura

32º… Todos somos livres no trabalho do próprio progresso, e o que muito e depressa trabalha, mais cedo recebe a recompensa. O romeiro que se desgarra, ou em caminho perde tempo, retarda a marcha e não pode queixar-se senão de si mesmo.  

O bem como o mal são voluntários e facultativos: livre, o homem não é fatalmente impelido para um nem para outro.

33º – Em que pese à diversidade de gêneros e graus de sofrimentos dos Espíritos imperfeitos, o código penal da vida futura pode resumir-se nestes três princípios:

1º – O sofrimento é inerente à imperfeição.

2º – Toda imperfeição, assim como toda falta dela promanada, traz consigo o próprio castigo nas consequências naturais e inevitáveis: assim, a moléstia pune os excessos e da ociosidade nasce o tédio, sem que haja mister de uma condenação especial para cada falta ou indivíduo.

 3º – Podendo todo homem libertar-se das imperfeições por efeito da vontade, pode igualmente anular os males consecutivos e assegurar a futura felicidade. A cada um segundo as suas obras, no Céu como na Terra: – tal é a lei da Justiça Divina.

Allan Kardec, nesta obra, utiliza seu raciocínio lógico para desmistificar as penas eternas e demonstrar que “Céu” e “Inferno” não são locais fixos, mas estados de espírito que dependem de cada um de nós. Através de nossos pensamentos, crenças e atitudes, podemos construir onde desejamos habitar.

O código penal da vida futura é um tratado que evidencia que somos herdeiros de nossas próprias ações, colhendo hoje e após a vida o que semeamos com nossos atos, sejam eles positivos ou negativos.

No item 16º, aprendemos que podemos corrigir os equívocos cometidos. O primeiro passo é o arrependimento. Ao reconhecermos um comportamento errôneo, devemos nos arrepender. No entanto, apenas isso não é suficiente. É necessário também a expiação, passando pelo mesmo sofrimento que causamos aos outros, e por fim a reparação, que envolve fazer o bem àqueles que prejudicamos ou a todos os necessitados.

Com uma vontade direcionada positivamente, podemos nos redimir através do amor, praticando o bem e gradualmente quitando nossas dívidas do passado. Assim, podemos construir um futuro de paz e harmonia não apenas para nós mesmos, mas para toda a humanidade.

Portanto, é um convite para lembrarmos de cuidar também do nosso planeta Terra, nossa casa, que tem sido explorada, poluída e inundada de resíduos. Devemos nos empenhar em reparar nossos danos, reciclar, despoluir e preservar nossos recursos hídricos, para que possamos retornar em futuras etapas reencarnatórias.

Ângela M. Camargo

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