Gratidão

Ser grato é reconhecer os benefícios visíveis ou invisíveis que recebemos da Divindade, a cada instante, que nos permitem caminhar para dias vindouros mais felizes.

Paulo, o apóstolo, quando nos diz em I Tessalonicenses, 5:18, “Em tudo dai graças”, está nos esclarecendo e motivando a lembrarmos sempre de que tudo vem de Deus, pela sua infinita bondade.

Emmanuel, nos orienta no livro Fonte Viva, capítulo 155, que alguns dos tantos benefícios são “o ar abundante, a faculdade do raciocínio, o prazer de ouvir, o tesouro da palavra, o pão que nos alimenta, a conversação de um amigo, o aconchego do lar, a renovação das próprias forças… Enfim, nada existe insignificante na estrada que percorremos.” (…).

Ao meditarmos neste grandioso tema, nos lembramos de Allan Kardec, quando acabrunhado pelas dificuldades que o assolavam quando da codificação, recebe carta e O Livro dos Espíritos ricamente encadernado pelas mãos do sr. Joseph Perrier (vide livro O Espírito da Verdade, capítulo 52 – “Há um século…”) e que, após apreciar a missiva e o trabalho Divino que chegava em suas mãos e ao seu coração, diz Hilário Silva, o mentor e relator desse belo momento, que ele, Allan Kardec, vai à janela da residência, observa o movimento da rua lá embaixo…. e verte uma lágrima de gratidão e retorna ao trabalho.

Às vezes, basta uma lágrima para dizer silenciosamente mais que mil palavras. Expressa profunda gratidão bem como pode expressar gratidão e alegria, simultaneamente, como que, dizendo: “Obrigado Senhor”.

Joanna de Ângelis, traz para nós no livro Convites da Vida, capítulo 26, importantes considerações, quando toma o relato do Evangelista Lucas, 6:28, citando as palavras de Jesus: “Bendizei aos que vos maldizem, orai pelos que vos insultam.” Podemos ver, que apesar de serem citações diferentes, podem nos levar à mesma reflexão profunda da gratidão. Diz-nos a Veneranda: “Gratidão, com amor, é também dever que não apenas aquece quem recebe como reconforta quem oferece. A pétala de rosa espalhando perfume ignora a emoção e a alegria que propicia. Doa a tua expressão de reconhecimento junto aos que se tornaram frios e o teu amor aquecê-los-á. Batendo-se lhes às portas da afetividade, por gratidão, elas se abrirão para que a paz que ofereças reine em derredor deles e de ti mesmo, porquanto a regra excelsa é bendizer até aqueles que nos maldizem, orando por quantos nos insultam.”. Estaremos assim, construindo de forma bela o reino de Deus, que segundo o próprio Mestre, “está dentro de vós”. (Lc, 17:20).

Joanna de Ângelis nos orienta ainda em o livro Vida Plena, capítulo 12, que “em relação aos ingratos, compadece-te deles, porque as necessidades que a todos visitam alcançá-los-ão também no momento próprio. A ressurreição de Jesus é o mais belo testemunho de Amor e de Sua gratidão aos que lhe assassinaram o corpo, pois que se não tivesse havido a morte, não se teria a gloriosa ressureição.”

Podemos, portanto, emocionadamente, lembrar um dos princípios basilares da Doutrina Espírita, a imortalidade da alma” de vez que o próprio Senhor, nos deixou há dois mil anos, esta lição inesquecível – Gratidão, Senhor, pelo seu imenso Amor!

Geraldo Sebastião Soares

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