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A desencarnação na infância

Quando a desencarnação atinge um ser, cuja jornada terrestre iniciou-se em curto período de tempo, a dor que atinge a família é indescritível. E, provavelmente, muitas dúvidas surgem diante deste fato.

No livro “Quem tem medo da morte?”, Richard Simonetti afirma: “A desencarnação na infância, mesmo em circunstâncias trágicas, é bem mais tranquilo, porquanto nessa fase o espírito permanece em estado de dormência e desperta lentamente para a existência terrestre”, buscando aplainar a dor no coração dos que aqui ficaram…

E qual a razão da interrupção da vida física na infância? Allan Kardec obteve a resposta, na questão nº 199 de O Livro dos Espíritos: “A curta duração da vida da criança pode representar, para o Espírito que a animava, o complemento de existência precedentemente interrompida antes do momento em que deveria terminar, e sua morte, também não raro, constitui provação ou expiação para os pais”.

Os Espíritos Amigos revelam que aquele Espírito necessitava, para seu progresso, de uma existência curta, de dias, meses ou anos. Ou serviu também para que os pais pudessem se reajustar de alguma forma com esse acontecimento, que muito abala seus sentimentos.

O Espírito desencarnado é recebido por uma equipe de trabalhadores, que dá o suporte necessário e o auxilia no seu reajustamento à nova realidade, de uma maneira tranquila e acolhedora, certificando a Bondade Divina.

No entanto, se os que aqui ficam, se detêm em lamentações e revolta, prejudicam a sua reabilitação no plano espiritual, fazendo com que o Espírito sofra sentindo o desespero de todos. Porém, a utilização de um remédio eficaz, vai ajudá-lo na sua ambientação ao novo lar e lhe fazer muito bem: esse remédio é a prece! Esse é o bálsamo que deve ser enviado, diariamente, com muito amor e com muita gratidão pelo tempo, mesmo curto, de convivência.

É compreensível o vazio no coração dos pais, mas a consoladora Doutrina Espírita nos esclarece que a lei da reencarnação não destrói os laços da afetividade, pelo contrário, as fortalece.

O Espírito Miramez, pelas mãos de João Nunes Maia, no livro Filosofia Espírita diz: “Tudo isso se explica pelos processos das vidas sucessivas. Elas são as chaves com as quais abrimos as portas de muitos conhecimentos espirituais. Não blasfememos quando da perda de uma criança (…). Deus sabe o que faz e os agentes da Divindade se encontram trabalhando em toda parte, nos dando assistência no que se refere à vida e ao nosso despertar para as realidades espirituais”.

Verônica Azevedo

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