CARE 59

A oração tudo pode

Jesus em seu ministério neste orbe, demonstrou a seus contemporâneos e à posteridade, que a “oração tudo pode, pelo que realiza no interior do ser, alterando a sua capacidade de entender a vida e os acontecimentos diários “, conforme nos relata Joanna de Ângelis, no capítulo “Pedir e Conseguir”, do livro Jesus e o Evangelho – À Luz da Psicologia Profunda, psicografia de Divaldo Pereira Franco.

Ele utilizou este recurso para se manter em comunhão com Deus, o que lhe garantia a serenidade e o equilíbrio para sua jornada de guia e modelo da humanidade. Assim, também nos é facultada esta possibilidade, de despertar em nosso íntimo a capacidade de encontrarmos o nosso sentido existencial em nossa caminhada, sem a qual não nos é possível compreender as tarefas reencarnatórias, que se desvelam a nossa frente, cotidianamente.

Através de sentimentos sinceros oriundos do coração, nos relacionamos pelo pensamento com a fonte primordial de recursos, que é disponibilizada a cada um que queira beber da “água viva”, que sacia a sede da vontade de prosseguir na seara do Mestre, como operário laborioso em plena comunhão com a obra do Pai. Aquele que ainda não entendeu ou não a utiliza de forma exequível, se depara com os desafios, que se tornam invencíveis, pois não entendem as dificuldades pedagógicas diárias que viabilizam a oportunidade de sacrifício e amadurecimento daquele que jornadeia em terrenos pedregosos. Ainda se manifesta como fraqueza moral o orgulho, que obscurece o poder da oração em sua plenitude de realização íntima do ser, que desprovido da força de vontade, se sucumbe diante das dores e aflições, buscando em diversos momentos, a fuga por medidas intempestivas, que não traz solução, mas agudiza as desditas.

Entender a função e o potencial da oração, conforme nos ensina Joanna de Ângelis, no capítulo supramencionado, nos faz renunciar à espera do “milagre” que irá mudar nossas vidas, para assumirmos posturas proativas de acordo com os ensinamentos de Jesus, em busca da transformação íntima, que nos capacitará a entender o sentido existencial do ser imortal, que somos, diante da maravilha do Universo. A prece sincera desenvolve a humildade no ser que a profere, virtude essencial na comunhão com Deus, pois reconhece a sua necessidade de buscar no arquétipo primordial a essência que transforma: a dor em aprendizado, a aflição em serenidade, o desafio em lição, o egoísmo em solidariedade, a dúvida em ação e o impermanente em vida imortal.

Afonso Celso Martins Pereira

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