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Mediunidade infantil

Em 1847, a família Fox se instalou em uma casa no vilarejo de Hydesville, no estado de Nova Iorque. Lá começaram a ouvir barulhos estranhos como arranhões nas paredes, móveis sendo arrastados, estalos no assoalho de madeira. Nessa família havia três meninas: Kate, Margareth e Leah, que decidiram conversar com o autor dos barulhos, através de uma combinação de pancadas (a narrativa completa encontra-se no livro A História do Espiritismo, de Arthur Conan Doyle).    

Francisco Cândido Xavier foi um dos principais médiuns brasileiros e começou a desenvolver a sua mediunidade aos dezessete anos, quando conheceu o Espiritismo, mas, suas primeiras manifestações surgiram aos cinco anos de idade.

Divaldo Pereira Franco é um dos maiores médiuns e palestrantes espíritas do Brasil. Aos 95 anos, inspira pessoas, trazendo ensinamentos valorosos do mundo espiritual. Divaldo também conviveu com a mediunidade desde cedo, a partir dos quatro anos.

Yvonne do Amaral Pereira foi uma das mais respeitadas médiuns brasileiras. Com quatro anos, via e ouvia Espíritos, os quais considerava como pessoas encarnadas, tamanha naturalidade sua convivência com o mundo espiritual.

Destacamos quatro exemplos, mas o número de médiuns cuja faculdade mediúnica surgiu na infância é expressivo. Através dessas referências, certificamos que a mediunidade em crianças é muito comum. É uma predisposição natural, porque elas acabaram de reencarnar e estão ainda na fase de ajustes do Espírito ao corpo físico e, por isso, conservam muita afinidade com a pátria espiritual. Essa característica permite que os pequenos tenham mais sensibilidade e mais facilidade de perceber a presença dos Espíritos.

E se for apenas uma imaginação fértil?  Sim, existe essa possibilidade! Cabe aos pais acompanharem os comportamentos das crianças para distinguirem uma coisa da outra.

Carol Bowman, que é terapeuta, analisa no seu livro Crianças e suas Vidas Passadas, que uma fantasia infantil muda a cada hora e a criança tem consciência que está utilizando um “faz de conta”. Do contrário, se a descrição for de pessoas desencarnadas com excesso de detalhes, podem ser indícios da faculdade mediúnica. Allan Kardec no capítulo 18 de O Livro dos Médiuns, diz: “a criança que tem visões, geralmente não se impressiona com estas, que lhe parecem coisa naturalíssima, a que dá muito pouca atenção”. (item 221- 7ª). Caso esteja passando por uma experiência dessa, busque ajuda, pois a receita é simples: muito apoio e amor sempre!

Verônica Azevedo

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