CARE 56

Filhos e a pandemia

A COVID-19 foi declarada como pandemia em março de 2020 pela OMS – Organização Mundial da Saúde. De lá pra cá, grandes impactos ocorreram em todos os setores da sociedade e talvez, o mais sentido de todos, tenha sido o período de confinamento doméstico.

Ruas vazias, comércio fechado, instituições de ensino trancadas, locais para prática de esportes sem o vozerio característico foram algumas das cenas apresentadas pelas mídias para aqueles, que assustados com a situação, assistiam o quadro que se delineava diante dos olhares inseguros.

Mas, aproveitar o lado bom da pandemia é essencial. Afinal essas dores são provas que permitem ao homem exercitar sua inteligência e demonstrar sua paciência e resignação ante a vontade de Deus, conforme nos informam os Espíritos Amigos na questão 740 De O Livro dos Espíritos.

Este momento histórico contribuiu para o estreitamento de laços. O convívio entre pais e filhos sofreu uma alteração e, se antes cada membro da família, ao chegar em casa, se isolava num quarto sem comunicação, agora desperta-se para um relacionamento de intimidade, de apoio, de conexão.

Filhos em casa em meio às aulas online. Pais exercendo home-office. Horários organizados para cada tarefa e a assistência primordial dos pais às atividades escolares dos filhos. Uma mudança! Uma adaptação! As crianças passaram a participar mais do dia a dia dos pais com a rotina do trabalho, assim como os pais também estiveram mais presentes durante as atividades escolares de seus filhos.

Os momentos prazerosos em família na hora das refeições, das conversas e das brincadeiras foram ganhos excepcionais e devem ser integrados ao dia a dia. Os diálogos sobre as atividades prioritárias a serem executadas, tanto da casa quanto do trabalho ou da escola devem ser mantidos num clima de cooperação e respeito. Conflitos também ocorreram e fazem parte do processo de transformação. O importante é refletir: o que se aprendeu com eles?

A pandemia ainda não terminou e, diante desse novo cenário cheio de incertezas quanto ao futuro, as famílias, certamente, não serão mais as mesmas. A situação pandêmica fará com que as relações familiares se modifiquem, agregando novos valores na convivência. Nunca os valores como solidariedade, empatia e compreensão foram tão necessários quanto nesse momento.

Aceitemos, com convicção, o convite que Joanna de Ângelis nos apresenta no livro SOS Família: “Faze do teu lar um santuário onde se possa aspirar o aroma da felicidade e fruir o néctar da paz”.

Verônica Azevedo

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