Renovação mental e reforma íntima
A doutrina espírita nos leva a fazer esta reflexão: quem somos nós?
Somos Espíritos imortais em evolução. Essa é a grande realidade que precisamos assimilar, conscientizando-nos de que a vida humana é um período escolar, dentro de uma série de existências, onde nos educamos e reeducamos, sofremos e nos alegramos, erramos e acertamos, progredindo sem cessar.
O ESPIRITISMO está sempre nos colocando frente a frente com a REFORMA ÍNTIMA, cuja ferramenta imprescindível é o AUTOCONHECIMENTO. É preciso despertar em nós a necessidade de conhecer nosso íntimo, objetivando nosso processo de AUTOTRANSFORMAÇÃO. Por este motivo que a REFORMA proposta pela filosofia Espírita é INTIMA, devendo atingir nossa essência através da nossa força de vontade e persistência visando domar as más inclinações que todos estamos sujeitos. [i]
Até que ponto nos conhecemos realmente?
Autoconhecimento é um processo muito profundo em busca de nossa essência interior. É o caminho que percorremos até acreditar que somos espíritos imortais, criados por Deus, para o bem, para a felicidade e para a perfeição.[ii] Para se autoconhecer é necessário marcar um encontro consigo mesmo. Nós marcamos muitos encontros, vivemos numa rede de computadores, as redes sociais como Instagram, Facebook, e-mail, WhatsApp. Estamos conectados com o mundo externo, mas a conexão interna tarda. Assim, compensamos externamente o que nos falta internamente.[iii]
O autoconhecimento é um dos pilares da inteligência emocional. Na verdade, isso se trata de estar ciente de si mesmo, de suas emoções, atuando de modo reflexivo e em harmonia com todos aqueles que nos rodeiam. Nós entendemos a nós mesmos e, ao mesmo tempo, respeitamos e entendemos aos outros. O livro “Psicoterapia à Luz do Evangelho de Jesus”, de Alírio de Cerqueira Filho, propõe 5 passos para o autoconhecimento, denominado P.A.R.D.A.
” P” – PERCEPÇÃO: deve ser fruto de uma observação amorosa de nós mesmos. Para que possamos fazer isso é necessário nos vermos como Seres Essenciais, espíritos simples e ignorantes em processo de evolução, que têm o direito de errar para evoluir.
“A” – ACEITAR: a partir da percepção é necessário ACEITAR plena, amorosa e incondicionalmente, os movimentos egóicos, geradores das tentações e que nos impedem de sermos equilibrados. Um sentimento egóico muito comum é o orgulho manifesto ou disfarçado.
Todos temos, em algum grau, imperfeições a serem trabalhadas. Por isso, são necessárias a humildade e a compaixão para aceitarmos as próprias limitações. Importante, porém, é não confundir aceitação com acomodação, que é uma atitude passiva.
“R” – REFLEXÃO: é necessário refletir plena e conscientemente sobre todas as questões que foram percebidas. A reflexão irá proporcionar a identificação das distorções, de modo que possamos saber o que mudar e como FAZER.
“D” – DECISÃO: após a reflexão é preciso tomar a decisão plena e consciente do que fazer para iniciar o trabalho de ressignificação dos nossos movimentos egóicos. É muito comum as pessoas refletirem sobre o que precisa ser modificado nelas e, quando chegam a uma conclusão, dizem para si mesmas: “Um dia eu começo a me modificar”, “Uma hora dessas eu começo”.
“A” – AÇÃO: uma vez tomada a decisão de mudança, torna-se essencial a ação plena e consciente para a substituição gradativa e suave do movimento egóico dificultador da prática do amor pelo movimento essencial proativo.
Benefícios da reforma íntima.
QUANDO ENTRAMOS NO ESPIRITISMO:
Adquirimos o conhecimento que nos desperta.
QUANDO O ESPIRITISMO ENTRA EM NÓS:
Assumimos o compromisso de modificar nossa forma de viver deixando de responsabilizar os outros por nossas mazelas. É quando chamamos para nós a TUTELA DO DESTINO, responsabilizando-nos por nossos atos e escolhas.
QUANDO O ESPIRITISMO SAI DE NÓS:
Descobrimos finalmente quem somos através do AUTOCONHECIMENTO, porque nos conscientizamos que podemos e somos capazes de efetuar mudanças significativas em nossa vida, assim adquirimos maior tolerância conosco, vigiando melhor nossas escolhas. “A Evolução é o princípio central da Lei de Deus. O Espírito não pode parar numa dada posição sem graves danos”. A REFORMA ÍNTIMA é um processo de transformação da nossa alma. Essa transformação, que o ser humano se propõe a si mesmo, é uma TRANSFORMAÇÃO MORAL. Trata-se de promover mudanças éticas no caráter, na conduta, nos pensamentos, palavras e atos.
Buscar o auto
encontro é buscar a própria Essência Divina através da espiritualização para se
religar com a Consciência Cósmica Criadora.
[i] O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo 17.
[ii] Professora Sheila Costa.
[iii] Alberto Almeida.
Luiz Eduardo Prado de Oliveira
Página 7