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Resignação

Um elegante conceito de resignação foi apresentado pelo Espírito Lázaro e colocado por Allan Kardec no capítulo IX de O Evangelho segundo o Espiritismo: “a resignação é o consentimento do coração”.

Consentir é o mesmo que permitir, dar licença, não opor resistência. Óbvio que esse conceito necessita de adequada compreensão, pois permitir a dor ou acomodar-se a ela não é virtude, mas um comportamento patológico, que necessita de terapia adequada.

Tudo devemos fazer em busca de alívio, saúde e bem-estar íntimo, no entanto, quando todos os recursos se findarem, quando nada mais puder ser feito para dissolver o sofrimento, aí é que se impõe a resignação, como um sentimento de pacificação consigo mesmo. Como se disséssemos em um diálogo imaginário:

– Olha só “Dona Dor”, eu não gosto de você, queria você bem distante de mim, mas, como não vai ter jeito, veremos o que pode ser feito daqui para a frente.

Consentir a dor é dissolver qualquer atitude de revolta e de desespero; pacificar-se por dentro e compreender que precisamos prosseguir apesar de tudo.

A dor não deixará de existir, mas será vivenciada de forma mais leve, mais serena e mais compassiva.

André Luiz sintetiza esse conceito com os seguintes dizeres: Quando a nossa dor não gera novas dores e nossa aflição não cria aflições naqueles que nos rodeiam, nossa dívida está em processo de encerramento.[i]


[i] Ação e reação, capítulo 17.

Ricardo Baesso de Oliveira

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