CARE 55

Falando sobre a morte

Nestes tempos de apuração de valores, talvez a morte seja o maior temor da humanidade. Por desconhecer ou não viver a imortalidade, as criaturas se torturam diante de uma das leis da evolução: a desencarnação. É aqui que podemos citar o que disse Jesus: “Se alguém guardar minha palavra, nunca verá a morte”[i]. Viver no eterno presente ainda está distante de nós, contudo esse é o caminho de todos. Sabendo o que disse Jesus, por que ainda sofremos ante o retorno de entes queridos ou ficamos pensativos quanto ao nosso? E quase todos se apavoram ante a perspectiva da morte!

Allan Kardec, ao codificar a Doutrina Espírita, trouxe para o mundo a proposta de um tempo novo onde tudo se realiza na presença de Deus. Sim, poderão dizer, isso já havia sido dito há milênios, mas nos esquecemos ou não fixamos as lições como a do Atos dos Apóstolos no Cap. XVII, que nos diz que “Porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos”. Bom e interessante notar que nesse texto não se separa encarnado de desencarnado ou, no popular, morto e vivo. Olha, sempre fomos instruídos sobre esse tema. A imortalidade sempre nos surgiu como pendão divino a nos alimentar e orientar os passos. Acreditem: os povos das cavernas já sabiam disso!

As reencarnações constituem assim, elos necessários nessa grande corrente da vida. Mas, elas surgem e passam e, na esteira do eterno presente, simbolizam estudos, trabalhos e avanços e não um continuum. As reencarnações são cíclicas e temporárias. A evolução é permanente. Daí que não adianta chorar pelo que se foi. Necessário erguer a cabeça e os olhos para o novo que está chegando.

O Evangelho de Jesus é a codificação cósmica deste futuro. Observemos o que nos disse o Mestre: “Eu tenho muito mais a declarar e julgar a respeito de vós. Pois, Aquele que me enviou é digno de toda a confiança, assim, transmito ao mundo as palavras que dele ouvi.”[ii]. Aqui podemos pensar: sendo Jesus o Mestre da Humanidade e tendo vindo até nós e dito o que ouviu de Deus, o que mais temos a temer ou duvidar?

Sejamos justos conosco mesmos e deixemos de lado, de uma vez por todas, estas manifestações de impotência perante o trânsito normal da vida entre a encarnação e a desencarnação. Ao realizarmos esse grande feito em nós, estaremos nos capacitando para as lições superiores que nos aguardam. Ou seja: “Deixemos aos mortos o cuidado de enterrar os seus mortos”[iii].  e prossigamos felizes na vida que Deus os ofereceu.


[i] João 8:51.

[ii] João 8:26.

[iii] Lucas 9:60.

Guaraci de Lima Silveira

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