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Qual é a sua temperatura espiritual?

E ao mensageiro da igreja de Laodiceia escreve: “Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente!” (Apocalipse 3:14,15).

O livro Apocalipse é um dos mais enigmáticos, desafiadores e, também, o mais negligenciado de todo o Novo Testamento. Foi escrito por João, o discípulo amado.

Na passagem em epígrafe, Jesus prevê o comportamento da cristandade moderna, chamando-a metaforicamente de Laodiceia, o nome de uma cidade na Ásia Menor, a mais próspera da Frígia, famosa por sua produção de lá, por seu sistema bancário, por seu luxo e esplendor no primeiro século.

Através de sua visão estendida, o Cristo visualiza os cristãos da modernidade líquida, fascinados pela tecnologia, embriagados pelas vaidades humanas, hipnotizados pelo consumismo narcisista, diagnosticados pela afirmativa: “Conheço as tuas obras, não és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente!!”

Vivemos hoje, tempos nebulosos, cinzentos. As máximas evangélicas são minimizadas. A Bíblia é o livro com maior número de exemplares do mundo e, no entanto, é o menos lido, limitando-se a enfeitar prateleiras. Na era da informação, sabe-se sobre tudo, menos sobre esses escritos onde reside a promessa do sublime Consolador e onde repousa a mensagem magna do Governador Espiritual do orbe.

Medindo a temperatura espiritual dos cristãos, Jesus prevê uma cristandade morna, eclipsada por valores superficiais e rasteiros. Ao invés de virtudes, um imenso jogo de egos duelando por audiência. Tempos difíceis.

“As igrejas amornecidas da atualidade e os falsos desejos dos crentes, nos diversos setores do Cristianismo, justificam as nossas intenções”, lê-se na introdução da obra Paulo e Estêvão, ditado pelo Espírito Emmanuel. E na introdução de Nosso Lar, o mesmo benfeitor faz um alerta: “Em nosso campo doutrinário, precisamos, em verdade, do Espiritismo e do Espiritualismo, mas, muito mais, de Espiritualidade”.

Se fosse possível medir a temperatura espiritual da nossa sinceridade, da nossa coerência, do nosso comportamento, o que nos diria Jesus?

Rafael dos Andes

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