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Direito de propriedade – roubo

Allan Kardec, neste tecer luminoso das perguntas aos instrutores espirituais,  desdobrando o amor de Deus como flores de luz, questiona[i]: Qual o primeiro de todos os direitos naturais  do homem? E os instrutores sabiamente respondem: “O de viver”. Por isso é que ninguém tem o direito de atentar contra a vida de seu semelhante, nem de fazer o que quer que possa comprometer-lhe a existência corporal.”

Começamos assim a dilatar nossa visão, porque estamos iniciando nossa terceira matéria sobre a Lei de Justiça, de Amor e de Caridade, inserta pelos Espíritos pela maestria de Allan Kardec em O Livro dos Espíritos em sua parte terceira.

Quando iniciam dizendo “O de viver”, já disseram tudo. Entretanto, para os nossos corações, façamos singelas ilações, visto que neste direito o Amor e a Caridade precisam vicejar.

Imaginemos os cuidados com uma pessoa enferma, um idoso, uma criança, enfim, no lar um cuidando do outro.  Porque quando falamos no direito de viver ou roubar, pensamos no ato ilegítimo, infeliz e violento, mas se assim não procedermos, também estaremos tirando ao irmão o direito de viver, de ser feliz, bem como roubando a vida, de forma lenta, impensada e até mesmo, descuidadamente.

Pensemos um pouco, por exemplo, sobre o aborto ou eutanásia. A reencarnação se inicia no ato da concepção, no útero materno, e a morte no pórtico dos braços de Deus e nenhum de nós sabe ou conhece este momento; afinal, estamos falando do espírito – não do corpo. Porque a vida é espiritual, infinita e o corpo apenas uma veste.

Vale a pena lembrar André Luiz quando diz no livro Nosso Lar, prólogo: “A vida não cessa. A vida é fonte eterna e a morte é o jogo escuro das ilusões. […] Uma existência é um ato. Um corpo – uma veste. Um século – um dia. Um serviço – uma experiência. Um triunfo – uma aquisição. Uma morte – um sopro renovador.” – Nessa perspectiva real da vida infinita, exerçamos o amor e a caridade onde estivermos, porquanto, onde estivermos, haverá vida estuante e abundante,  Em João, 10:10, temos: “…eu vim para que tenham vida e a tenham com abundância…”- Jesus. Para onde quer que olhemos pulsa um coração, seja de um espírito, seja de um princípio inteligente, visto que o amor de Deus está em tudo e em todos e Ele é a vida incessante no caminho da evolução de todos os filhos, representado em nosso sistema solar pelo Cristo Jesus, a Luz do Mundo[ii].


[i] O Livro dos Espíritos. Questão 880.

[ii] João, 8:12.

Geraldo Sebastião Soares

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