CARE 54

2022 – O ano da esperança

Analisando as pessoas que encontramos na vida, encontramos um grupo altamente pessimista, que observa o mundo como uma tela cinzenta, enquanto, em polo diametralmente oposto, está um outro grupo composto por pessoas altamente otimistas que enxergam o mundo totalmente colorido.

Nos posicionarmos em um ou outro grupo não é um comportamento saudável, uma vez que:

  1. nem tudo é cinza, ou seja, a vida traz tanta beleza e tantas oportunidades que precisamos aprender a enxergá-las;
  2. nem tudo é totalmente colorido. Basta que observemos a resposta do Espírito São Luís, quando indagado em O Evangelho Segundo o Espiritismo se “Será repreensível notarem-se as imperfeições dos outros, quando daí nenhum proveito possa resultar para eles, uma vez que não sejam divulgadas?”, ao que responde: “Tudo depende da intenção. Decerto, a ninguém é defeso ver o mal, quando ele existe. Fora mesmo inconveniente ver em toda a parte só o bem. Semelhante ilusão prejudicaria o progresso.”

A vida traz matizes de cinzas e nuances de cores para que, na identificação dos contrastes, possamos desenvolver a nossa capacidade de discernimento, ou seja, promovermos o progresso. Tanto que o Espírito Amigo, nome utilizado por Joanna de Ângelis na mensagem “A paciência”[i], nos orienta: “A vida é difícil, bem o sei. Compõe-se de mil nadas, que são outras tantas picadas de alfinetes, mas que acabam por ferir. Se, porém, atentarmos nos deveres que nos são impostos, nas consolações e compensações que, por outro lado, recebemos, havemos de reconhecer que são as bênçãos muito mais numerosas do que as dores.”

Encerramos 2021, contando um número muito grande de pessoas pessimistas diante de tantos desafios vivenciados. Mas, um ano novo nasce e, com ele, esperanças se renovam.

Dessa forma, em 2022, se desejamos que realmente seja o ano da esperança, a qual grupo deveremos pertencer? A melhor postura seria pertencermos a um terceiro grupo: o grupo de pessoas de fé.

Esse grupo está acima dos outros dois por ser uma classe que se distingue por ter o melhor dos mundos: enxerga tanto um quanto o outro lado, porém, com discernimento ampliado. Dizemos ampliado, pois, aqueles que têm fé sabem que não apenas podem contar com as próprias forças (que muitas vezes se tornam insuficientes para vencer determinados desafios), mas também com a força do Pai, pois compreendem perfeitamente a prece da serenidade:

“Concedei-nos, Senhor, a serenidade necessária para aceitarmos as coisas que não podemos mudar, coragem para mudar aquelas que podemos e sabedoria para distinguir umas das outras”.

O homem de fé sabe que Deus nos ajuda naquilo que nos falta, seja serenidade, seja coragem, seja sabedoria, seja esperança, seja caridade, seja o que for…

Debruçando-nos sobre a Bíblia, podemos identificar em Isaías 40:29: “Ele dá força ao cansado e aumenta as forças ao que não tem nenhum vigor”.

Em 1 João 5:14, observamos: “E esta é a confiança que temos nEle, que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, Ele nos ouve.”

Em Tiago 1:5,6, temos “Se algum de vocês tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá livremente, de boa vontade; e lhe será concedida. Peça-a, porém, com fé, sem duvidar, pois, aquele que duvida é semelhante à onda do mar, levada e agitada pelo vento.” Observemos aí a força advinda do fato de sermos pessoas de fé.

E, para aqueles que dizem que pedem, mas Deus não os atende, lembremo-nos que o tempo de Deus pode ser um pouco diferente do nosso, mas que sempre alcançaremos a promessa dele. Meditemos em Hebreus 10:36,37: “Porque necessitais de paciência, para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus (a parte que nos cabe, claro!), possais alcançar a promessa. Porque ainda um pouquinho de tempo e o que há de vir virá, e não tardará.”

Portanto, que fortaleçamos a nossa fé, meus amigos, pois, assim o fazendo, 2022 será não somente o ano da esperança, mas também da realização e da paz, pois, com Deus, podemos e realizaremos muito mais!

Deus nos abençoe sempre!


[i] O Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo IX, “Bem-aventurados os que são brandos e pacíficos”.

Paulo Henrique de Assis

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