CARE 54

O Livro dos Espíritos

CAPÍTULO XI

DA LEI DE JUSTIÇA, DE AMOR E DE CARIDADE 

Caridade e amor do próximo

888. Que se deve pensar da esmola? 

“Condenando-se a pedir esmola, o homem se degrada física e moralmente: embrutece-se. Uma sociedade que se baseia na lei de Deus e na justiça deve prover à vida do fraco, sem que haja para ele humilhação. Deve assegurar a existência dos que não podem trabalhar, sem lhes deixar a vida à mercê do acaso e da boa vontade de alguns.” 

a) Dar-se-á reproveis a esmola? 

“Não; o que merece reprovação não é a esmola, mas a maneira porque habitualmente é dada. O homem de bem, que compreende a caridade de acordo com Jesus, vai ao encontro do desgraçado, sem esperar que este lhe estenda a mão.

“A verdadeira caridade é sempre bondosa e benévola; está tanto no ato, como na maneira porque é praticado.

“Não esqueçais nunca que o Espírito, qualquer que seja o grau de seu adiantamento, sua situação como encarnado ou na erraticidade, está sempre colocado entre um superior, que o guia e aperfeiçoa, e um inferior, para com o qual tem que cumprir esses mesmos deveres.” São Vicente de Paulo.

Allan Kardec pergunta qual o verdadeiro sentido da caridade, como entendia Jesus. Benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições alheias e perdão das ofensas.[i]

Percebemos, então, que ser caridoso é muito mais amplo do que simplesmente dar esmolas.

Precisamos ter em mente que todos somos filhos do mesmo Pai. Como tratamos aqueles de nossa família que passam por momentos de dor? Buscamos ajudar, prover com o que temos de melhor.

E aqueles que não são da nossa consanguinidade? Muitas vezes damos alguma coisa para nos vermos livres deles o mais rápido possível.

Nos tempos de Jesus, muitos mendigavam por problemas de saúde, de fome, não podiam se manter e necessitavam do amparo daqueles em melhores situação. O Mestre acolhia, curava cegos, paralíticos, leprosos, amava a todos e oferecia a esperança da boa nova. Ele nos deixou o exemplo.

Devemos aproveitar todas as oportunidades de sermos úteis, seja doando alimento, agasalho, medicamento, recursos financeiros, sorrisos ou uma prece. Deus socorre o homem pelo homem. Façamos nossa parte.

O Codificador lançou a máxima que fora da caridade não há salvação. Cabe a cada um de nós, auxiliar os mais necessitados do que nós, ofertando daquilo que está rico o nosso coração: amor, respeito, atenção. Olhar cada um que bate à nossa porta como um irmão que podemos acolher, consolar.

Aprendamos a viver para servir!  Tornemo-nos cartas vivas do evangelho.


[i] O Livro dos Espíritos. Questão 886.

Ângela M. Camargo

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