Criança não combina com tristeza
Durante 30 anos desta atual reencarnação, lecionei para pequenos entre 7 e 9 anos de idade. E durante esta jornada, encontrei crianças com olhares tristonhos, sorrisos pálidos e sem demonstrações de afeto. Felizmente, o percentual não foi elevado. Mas, o que estaria acontecendo com elas? Por que a ausência do entusiasmo tão característico nessa faixa etária? O que estaria se passando no reduto doméstico?
Ao tentar buscar a causa desta tristeza, deparei-me com algumas histórias de pais inseguros diante da tarefa de educar os filhos. Pais que comparavam irmãos desqualificando-os, pais que depreciavam os filhos humilhando-os, pais que não conversavam e sim gritavam com frequência.
Estas crianças não apresentavam desenvolvimento escolar satisfatório, pois ouviam diariamente “você é burro”, “você não aprende nada”, “você vai ser ninguém na vida”…
Desnecessário dizer as consequências dessas atitudes, pois as crianças possuem os pais como modelos e acreditam naquilo que ouvem deles regularmente. Assim, acumulam estas afirmações como verdadeiras e isso cria uma barreira que as impede de progredir.
Faz-se necessário e imprescindível aplicar nos lares a educação moral, pautada no amor, na paciência, no diálogo e na convivência harmoniosa com os genitores, de modo que a afetividade, o respeito, o carinho e, principalmente a segurança psicológica, proporcionem à criança um desenvolvimento salutar.
Para o Espiritismo, a educação moral é condição prioritária à formação do homem de bem e Allan Kardec nos explica o conceito de educação moral: “(…) consiste na arte de formar os caracteres, à que incute hábitos, porquanto a educação é o conjunto dos hábitos adquiridos.” (LE, q.685).
Aos pais compete a orientação sadia do Espírito sob sua tutela e, para isso, lembramos do ensinamento de Jesus que nos convida a fazermos ao próximo tudo aquilo que desejaríamos que a nós fosse feito.
Agindo assim, estaremos vivendo o Evangelho na sua plenitude!
Verônica Azevedo
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