A busca
O ser humano em sua jornada ascensional está em uma contínua busca, de sobrevivência, de bem-estar, de conhecimento, de prazeres, de segurança, e conquistas diversas, em um planeta predominantemente instável devido as suas características que o promove na estrutura universal.
As inúmeras possibilidades que se descortinam à frente do indivíduo, mais o deixa inseguro e ansioso do que lhe promove uma verdadeira possibilidade consciente de escolha. Ainda como uma criança espiritual, tudo quer, saindo de um desejo para o outro, sem antes ter exaurido os benefícios das primeiras escolhas. Desta forma, da infância à velhice, o ser faz deliberações, que mais lhe geram custos do que conquistas sólidas, que a impermanência exaure através do tempo.
Allan Kardec1 indaga aos Espíritos sobre o objetivo da encarnação, o que obtém como resposta, “Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição.” Entender o objetivo da encarnação é algo fundamental para que a busca seja direcionada, equilibrada e realmente conquistada, de forma que o ser não se perca em devaneios egóicos, satisfazendo apenas os desejos senso-perceptivos, mas sim mergulhando a fundo, na real necessidade de perfeição.
Ser e estar em um mundo de provas e expiações, requer muito mais do que escolhas voltadas para o exterior. Necessário se faz sair das sombras dos atavismos, como insegurança e ansiedade em um contexto de vulnerabilidade, diante das incertezas da dinâmica das relações do eu com o não eu, de vida e morte, de saúde e doença, de riqueza e pobreza.
Estar consciente dessa jornada ascensional obrigatoriamente remete o indivíduo às reflexões, cada vez mais voltadas para a sua essência e não para a personagem que vive nesta última reencarnação. Essa com todas e maiores possibilidades de mudanças, traz intrinsicamente, o roteiro e o percurso que devem ser percorridos, uma vez que só se pode viver de forma objetiva no presente, no aqui e no agora, pois o passado e o futuro, só existem na subjetividade do indivíduo.
Com a certeza das existências sucessivas, cada etapa consolidou experiências que forjaram o ser de hoje, entretanto, o esquecimento do passado, promove ao indivíduo um novo recomeço, na conquista da perfeição presente e possível no hoje. Não obstante, busque no agora do hoje, a perfeição relativa, que o conduzirá a sucessiva e contínua marcha evolutiva do Espírito imortal.
- Allan Kardec. O livro dos Espíritos. Questão 132.
Afonso Celso Martins Pereira
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