Oremos pelos suicidas
A sociedade, por meio de diversos segmentos, realiza no mês de setembro a campanha “Setembro Amarelo”, que tem como objetivo conscientizar a população da importância da prevenção ao suicídio, fenômeno que vem ocorrendo cada vez mais.
A Doutrina Espírita se apresenta como um segmento importantíssimo nessa campanha, através de obras literárias, palestras e estudos. Ela esclarece que o autoextermínio não é solução; pelo contrário, quando o suicida passa para o plano espiritual após ter consumado o óbito do corpo físico, seus problemas e aflições que existiam persistem e são intensificados, uma vez que o Espírito sobrevive à morte do corpo físico.
Após o ato suicida, familiares e amigos se sentem impotentes e desesperados, pois não têm mais a possibilidade de auxiliar o ente querido que cometeu o suicídio. A Doutrina Espírita, sendo consoladora, traz a essas pessoas a esperança de que, por meio da oração, podem continuar auxiliando aqueles que desencarnaram devido ao autoextermínio. Allan Kardec nos esclarece em “O Livro dos Espíritos”: “A prece não tem o poder de mudar os desígnios de Deus, mas a alma por quem se ora experimenta alívio, porque recebe um testemunho do interesse que o suplicante inspira e também porque o sofredor sente um conforto ao encontrar almas caridosas que se compadecem de suas dores.”1.
Encontramos também no livro “Memórias de um Suicida”, psicografado por Yvonne do Amaral Pereira, o testemunho do Espírito suicida Camilo Cândido Botelho, interno do Hospital Maria de Nazaré, no plano espiritual: ”Quando um coração generoso, pertencente às nossas famílias ou mesmo para nós desconhecido, arremessasse vibrações fraternas pelas imensidões do Espaço, ao Pai Altíssimo invocando mercês para nossas almas enoitadas pelos dissabores, éramos imediatamente informados por luminosidade repentina, que, traduzindo o balbucio da oração, reproduzia também a imagem da personalidade operante…”2 .
As informações vindas do além-túmulo nos esclarecem que não perdemos os vínculos com os Espíritos desencarnados, principalmente com os suicidas, que necessitam das nossas orações para alcançarem o equilíbrio e continuarem em suas jornadas. Portanto, precisamos estar cientes dessa possibilidade para que não percamos tempo buscando explicações ou justificativas para o ato suicida, mas sim direcionemos nossas energias para a comunhão entre os dois planos por meio da oração, visando o restabelecimento da harmonia entre os corações.
1 – O livro dos Espíritos. Pergunta 664.
2 – Memórias de um suicida. Yvonne A. Pereira pelo Espírito Camilo Cândido Botelho. P. 78.
Afonso Celso Martins Pereira
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