Cabe à criança escolher a sua religião?
Muitos pais espíritas evitam encaminhar seus filhos às aulas de Evangelização nas Instituições Espíritas, argumentando que não desejam impor aos pequeninos a sua doutrina e que eles têm liberdade de escolha. No entanto, será que as crianças também escolhem se devem ou não frequentar a escola? Ir ao médico? Tomar banho? Escovar os dentes? Alimentar-se? Assim como cuidamos da saúde física infantil, é imprescindível oferecer os cuidados da alma, em busca da conquista de valores morais para a formação de seu caráter.
Os pais que pensam dessa maneira, com relação à religiosidade, negligenciam sua responsabilidade de preparar esses Espíritos dentro de princípios redentores, que estão a cargo deles. Esquecem-se de que a fase da infância é o melhor momento para minimizar ou até eliminar as tendências inferiores que esses Espíritos trazem sob sua tutela.
O Espírito Emmanuel, sob a psicografia de Chico Xavier, no livro O Consolador, afirma: “As noções religiosas, com a exemplificação dos mais altos deveres da vida, constituem a base de toda a educação no sagrado instituto da família. O período infantil é o mais sério e o mais propício à assimilação dos princípios educativos” (q. 108 e 109).
Desse modo, não compete à criança fazer escolhas. Esta tarefa pertence aos pais, que devem proporcionar a ela uma orientação segura, auxiliando-a no futuro. Afinal, os pais são os orientadores daqueles que lhes foram confiados pelo Criador.
Além do acompanhamento religioso em uma instituição, os pais são modelos para os filhos, e a sua religiosidade deve ser vivenciada no dia a dia. Hermínio C. de Miranda, no livro Nossos Filhos são Espíritos, afirma: “São os costumes adquiridos na infância que testemunharão pela vida inteira sobre o tipo de lar em que a pessoa viveu na infância”.
Diariamente, a educação religiosa deve ser vivenciada dentro do ambiente doméstico (e estendendo-se por todos os espaços que a criança acessar), para que o amor supere o egoísmo, a luz afaste a treva e a fé elimine a dúvida.
Joanna de Ângelis também enfatiza, no livro Constelação Familiar: “Como elemento fundamental na educação, a orientação religiosa na família torna-se inadiável. Cada vez mais se constatam os resultados benéficos da formação religiosa do indivíduo. O indivíduo que tem formação religiosa possui muito mais resistência em relação aos enfrentamentos morais, orgânicos e emocionais do que aquele que não a tem.”
A presença de Deus na mente e no coração infantil é sempre uma bússola que aponta para um porto de segurança e paz. Coloquemos esse eficaz instrumento na vida das nossas crianças!
Verônica Azevedo
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