A dor da saudade
Existe uma crença, segundo a qual, a palavra saudade só existe na língua portuguesa, porém isso não é verdadeiro, porque ela deriva do latim e existe em outras línguas românicas, embora em diversos idiomas, não seja possível traduzi-la com precisão.
Se não se pode exprimir com palavras a exatidão desse sentimento, pode ser sentida e mensurada a dor que a saudade nos traz, daqueles que já não estão tão próximos… E devemos lembrar que quem parte também sente saudade daqueles que aqui ficaram. Como afirmava Chico Xavier: “Saudade é uma dor que fere nos dois mundos”.
O Espiritismo é uma doutrina consoladora, por demonstrar a imortalidade da alma, a continuidade da vida após o processo desencarnatório. Desse modo, podemos ter a certeza que, um dia, todos iremos nos encontrar de novo, porque Deus que é bondoso, perfeito, misericordioso e justo, não iria deixar que entesourássemos tanto amor por alguém que depois não veríamos mais.
É natural sentir saudade, mas as lágrimas da saudade não devem ser aquelas do desespero, da revolta, da inconformação. Não devem levar a um processo de desequilíbrio. O importante é converter a saudade em trabalho edificante, fazendo das nossas mãos extensões das mãos de Jesus, multiplicando exemplos que dignificam. Como sugere o Espírito Emmanuel, no prefácio do livro Amor e Saudade (psicografado por Chico Xavier e ditado por Espíritos diversos):
“Ante as lembranças queridas dos entes amados que te precederam na Grande Transformação, é natural que as tuas orações, em auxílio a eles, surjam orvalhadas de lágrimas. Entretanto, não permitas que a saudade se te faça desespero. Recorda-os, efetuando por eles, o bem que desejariam fazer. Imagina-lhes as mãos dentro das tuas e oferece algum apoio aos necessitados; lembra-lhes a presença amiga e visita um doente, qual se lhes estivesses atendendo à determinada solicitação; distribui sorrisos e palavras de amor com os irmãos algemados às rudes provas, como se os visses falando por teus lábios e atravessarás os dias de tristeza ou de angústia com a luz da esperança no coração, caminhando, em rumo certo, para o reencontro feliz com todos eles, nas bênçãos de Jesus, em plena imortalidade.”
Quando a saudade bater à nossa porta, pensemos com carinho nos entes queridos e façamos uma prece para envolvê-los num clima de harmonia e esperança, pois a separação é apenas momentânea e a possibilidade do reencontro é real.
O amor, com certeza, vence qualquer distância!
Verônica Azevedo
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