A pedagogia do amor
“O amor é a plenitude da Educação: só o amor tem força salvadora capaz de levar o homem à plena realização moral”. Estas palavras são do educador suíço Johann Heinrich Pestalozzi (1746 – 1827), cujos princípios educacionais tinham por objetivo a formação integral do indivíduo.
Pestalozzi, defendia que um dos maiores problemas das escolas de seu tempo era a falta de educação moral, o que impedia que a criança se tornasse um bom cidadão. Assim, a vida humana dependeria da educação, ocorrendo sobre todas as circunstâncias e em todos os momentos.
Ele acreditava firmemente que na educação a essência é o amor. Amor, que é a base do Evangelho do Cristo, que retrata a luz divina que cada um tem em si, conforme orientou Jesus: “Deixe brilhar a vossa luz…” (Mt 5:16). E aplicou esta pedagogia, primeiramente, com crianças órfãs, vítimas da guerra napoleônica em 1798, no orfanato que dirigia na cidade de Stans. Neste período, além de professor, sua dedicação levou-o a tornar-se também pai dessas crianças. Posteriormente, desenvolveu o mesmo método nas inúmeras escolas que fundou na Alemanha e na Suíça, praticamente erradicando o analfabetismo naquela região.
Dentre as contribuições deixadas por Pestalozzi, a principal foi o papel da afetividade na educação. Ele dizia que não existe processo pedagógico se não houver um vínculo afetivo entre educando e educador, numa época em que castigos corporais eram tão comuns. No Instituto Yverdon (onde Allan Kardec estudou), por exemplo, não havia uma rigidez disciplinar como em outras instituições. Ali, os alunos corriam e brincavam e os portões estavam sempre abertos. Ele então constatou, que uma criança feliz conseguia se desenvolver de forma mais positiva do que aquelas entristecidas.
Pestalozzi ergueu a bandeira do amor na educação entre os séculos XVII e XVIII, e ainda hoje, não é um conceito tão comum no meio educacional, enfatizar o amor, porém, com honestidade, podemos negar a influência que a afetividade tem no aprendizado de um indivíduo?
Na condição de educador, pai, mãe ou um responsável é sempre possível ser uma fonte de amor para auxiliar aqueles que estão sob a nossa tutela, porque na metodologia empregada pelo educador suíço, o amor tem uma matemática própria: quanto mais se dá, mais se tem, quanto mais se divide, mais se multiplica!
Finalizamos com Pestalozzi: “A vida educa. Mas a vida que educa não é uma questão de palavras, e sim, de ação”. Que nossa ação seja do Amor e do Bem!
Verônica Azevedo
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