O Livro dos Espíritos

Prolegômenos

“Os Espíritos anunciam que chegaram os tempos marcados pela Providência para uma manifestação universal e que, sendo eles os ministros de Deus e os agentes de sua vontade, têm por missão instruir e esclarecer os homens, abrindo uma nova era para a regeneração da humanidade.

Eis em que termos nos deram, por escrito e por muitos médiuns, a missão de escrever este livro: “Ocupa-te com zelo e perseverança do trabalho que empreendeste com o nosso concurso, pois esse trabalho é nosso. Nele pusemos as bases do novo edifício que se eleva e que um dia há de reunir todos os homens num mesmo sentimento de amor e caridade. Mas, antes de o divulgares, revê-lo-emos juntos, a fim de lhe verificarmos todas as minúcias”.

Em 18 de abril de 1857, há 164 anos, foi lançado, na livraria da Sra. Denteu, no Palais Royal, em Paris, a primeira edição do “O Livro dos Espíritos”. Aí nascia a Doutrina Espírita e Allan Kardec.

O Professor Hippolyte Léon Denizard Rivail se apaga, pois não desejava que seu nome influenciasse na aceitação da doutrina que estava se erigindo, uma vez que possuía vários livros publicados de Aritmética, da Gramática Francesa, entre outros. O discípulo de Pestalozzi era conhecido como um excelente pedagogo.

Zéfiro, que foi um espírito amigo, recomendou que tomasse o nome que havia usado, quando estava encarnado na Gália, na época do Imperador Júlio César, e era um sacerdote druida, Allan Kardec.

O professor Rivail ouviu falar pela primeira vez das mesas girantes em 1854, pelo amigo Sr. Fortier.

Só no ano seguinte, participou de uma reunião na casa da Sra. Plainemeson, onde através de duas jovens de 14 e 16 anos, as irmãs Julie e Caroline Baudin, recebeu respostas inteligentes às perguntas que fizera.

Depois das mesas falantes, utilizaram da cesta-pião onde as médiuns punham as mãos e o lápis escrevia. A seguir, perceberam que os Espíritos podiam atuar sobre o braço ou a mão para conduzir o lápis.

Allan Kardec se utilizou também de Ruth Japhet, 20 anos, e outros poucos médiuns. Buscava sempre dirimir dúvidas e apresentar questões.

A primeira edição de O Livro dos Espíritos contava com 501 perguntas. A segunda edição foi totalmente revisada pelos Espíritos e lançada em 18 de março de 1860, com 1019 questões.

Fundou, em 1858, a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas e, a Revista Espírita, com edições mensais, que buscava debater questões sobre a Doutrina.

Ao desencarnar em 1869, deixou vários livros complementares além de: O Livro dos Médiuns, O Evangelho segundo o Espiritismo, O Céu e Inferno e A Gênese, que formam o pentateuco Kardequiano.

Ângela M. Camargo

Página 6