O Livro dos Espíritos
CAPÍTULO VI
DA VIDA ESPÍRITA
Escolha das provas
260. Como pode o Espírito desejar nascer entre gente de má vida?
“Forçoso é que seja posto num meio onde possa sofrer a prova que pediu. Pois bem! É necessário que haja analogia. Para lutar contra o instinto do roubo, preciso é que se ache em contato com gente dada à prática de roubar.”
a) Assim, se não houvesse na Terra gente de maus costumes, o Espírito não encontraria aí meio apropriado ao sofrimento de certas provas?
“E seria isso de lastimar-se? É o que ocorre nos mundos superiores, onde o mal não penetra. Eis por que nesses mundos, só há Espíritos bons. Fazei que, em breve, o mesmo se dê na Terra.”
Somos responsáveis pelas escolhas das provas que teremos que passar.
Você, caro leitor, sabia que opinou sobre os principais desafios pelos quais iria passar nessa existência? Deus permite que escolhamos beleza ou feiura, riqueza ou pobreza, saúde ou doença; porém, temos o livre arbítrio e a responsabilidade de nossos atos e das consequências que advierem deles.
Para evoluir, precisamos modificar hábitos que repetimos há diversas encarnações, termos a consciência profunda de que aquela atitude do passado não nos serve mais. Isso demanda esforço contínuo, autoconhecimento e a decisão do que é melhor para nós.
Yvonne do Amaral Pereira, conforme narrado na sua trilogia (1), teve beleza, dons artísticos e facilidades financeiras em outras reencarnações, o que gerou, em seu último estágio no corpo de carne, uma existência com diversos desafios. Escolheu a solidão, o trabalho socorrista aos suicidas, a dedicação a mediunidade com Jesus para conseguir vencer a si mesma.
Jesus disse: “se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte muda-te daqui para lá, e ele se mudará, e nada vos será impossível.”(2)
É essa fé que fortalece aquele que escolhe viver num ambiente vicioso para testar sua vontade de superar-se. Quem, para vencer o alcoolismo, vem em uma família de alcoólatras. O que quer aprender a ser correto, nasce entre ladrões.
Quando nos esforçamos para modificar antigas atitudes, a princípio, pode até parecer impossível, porém, com o tempo, sentimos prazer por estarmos fazendo escolhas mais positivas e por alcançarmos patamares mais elevados. Só assim evoluímos.
- Nas voragens do pecado. O cavalheiro de Numiers, O drama da Bretanha.
- Mateus XVII:20.
Ângela M. Camargo
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