Comentando Kardec
O Evangelho Segundo o Espiritismo
Cap. XI – Amar o próximo como a si mesmo
Dai a César o que é de César
5. “Mestre, sabemos que és veraz e que ensinas o caminho de Deus pela verdade, sem levares em conta a quem quer que seja, porque, nos homens, não consideras as pessoas. Dize-nos, pois, qual a tua opinião sobre isto: é-nos permitido pagar ou deixar de pagar a César o tributo?”
Jesus pediu: “Apresentai-me uma das moedas. De quem são esta imagem e inscrição?” Eles responderam: “De César.” “Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.”
Essa era uma armadilha dos fariseus, colocando Jesus em cheque.
Quem eram os fariseus? Eles tomavam parte ativa nas controvérsias religiosas. Cumpridores das práticas exteriores do culto e das cerimônias, cheios de zelo, afetavam grande severidade de princípios, mas ocultavam costumes dissolutos, muito orgulho e ânsia de dominação.
As moedas romanas eram uma parte vital da economia do Império Romano e desempenharam um papel importante tanto no comércio quanto na propagação da imagem do imperador. O denário era uma moeda de prata, com o rosto de Júlio César, um dos primeiros líderes romanos a colocar sua imagem nas moedas.
Os publicanos eram coletores de impostos responsáveis por arrecadar tributos em nome do governo romano, especialmente nas províncias. Eles desempenhavam um papel muito importante no sistema econômico romano, em relação à tributação, mas eram odiados pelos judeus. Lembremos que Jesus convidou Mateus, que era publicano, para segui-lo e escolheu pernoitar na casa de Zaqueu, que, a partir daquele instante, se renovou.
Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XVII, item 7, Lázaro fala do dever: “Afirma que o dever íntimo do homem fica entregue ao seu livre-arbítrio. O aguilhão da consciência, guardião da probidade interior, o adverte e sustenta; mas, muitas vezes, mostra-se impotente diante dos sofismas da paixão. O dever principia para cada um de vós, exatamente no ponto em que ameaçais a felicidade ou a tranquilidade do vosso próximo; acaba no limite que não desejais que ninguém transponha com relação a vós.
Deus criou todos os homens iguais para a dor. Pequenos ou grandes, ignorantes ou instruídos, sofrem todos pelas mesmas causas, a fim de que cada um julgue, em sã consciência, o mal que pode fazer.”
A grande lição trazida nessa passagem é que devemos fazer aos outros como gostaríamos que os outros procedessem para conosco. Prescreve o respeito aos direitos de cada um, como cada um deseja que se respeitem os seus.
Encerramos com uma frase de Léon Denis, que diz: “É muito difícil fazer entender aos homens que o sofrimento é bom. Todos os grandes homens têm sofrido; pelo amor e pela dedicação, pelo sofrimento dignamente suportado, é que se sobem os caminhos do Céu.”
Ângela M. Camargo
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