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Comentando Kardec

O Livro dos Espíritos
Parte Segunda
Do mundo espírita ou mundo dos Espíritos
CAPÍTULO VI – DA VIDA ESPÍRITA
Percepções, sensações e sofrimentos dos Espíritos

251. São sensíveis à música os Espíritos?

“Aludes à música terrena? Que é ela comparada à música celeste? A esta harmonia de que nada na Terra vos pode dar ideia? Uma está para a outra como o canto do selvagem para uma doce melodia. Não obstante, Espíritos vulgares podem experimentar certo prazer em ouvir a vossa música, por lhes não ser dado ainda compreenderem outra mais sublime. A música possui infinitos encantos para os Espíritos, por terem eles muito desenvolvidas as qualidades sensitivas. Refiro-me à música celeste, que é tudo o que de mais belo e delicado pode a imaginação espiritual conceber.”

É interessante notar que no livro Nosso Lar é abordada a importância da música:

“André Luiz estava hospitalizado. Lísias, o enfermeiro, avisou que era chegado o crepúsculo. Em todos os núcleos daquela colônia de trabalho, consagrada ao Cristo, há ligação direta com as preces da Governadoria. André pede para participar, pois aquela melodia lhe renovava as energias profundas. Seguindo vacilante, chegou ao enorme salão, onde numerosa assembleia meditava em silêncio, profundamente recolhida. Havia o cântico de um coral infantil no ar.

Depois do seu refazimento, Lísias o convidou a conhecer o Campo da Música. Luzes de indescritível beleza banhavam o extenso parque. Fontes luminosas traçavam quadros surpreendentes: um espetáculo absolutamente novo para ele.

Nas extremidades do Campo, aconteciam manifestações que atendiam ao gosto pessoal de cada grupo dos que ainda não podiam entender a arte sublime; mas, no centro, havia a música universal e divina, a arte santificada.”[1]

“Allan Kardec, na sua missão de esclarecimento e consolação, fazia-se acompanhar de uma plêiade de companheiros e colaboradores, cuja ação regeneradora não se manifestaria tão somente nos problemas de ordem doutrinária, mas em todos os departamentos da atividade intelectual do século XIX.

As artes atestam uma vida nova. A pintura e a música denunciam elevado sabor de espiritualidade avançada. A dádiva celestial do intercâmbio entre o mundo visível e o invisível chegou ao planeta nessa onda de claridades inexprimíveis. Consolador da Humanidade, segundo as promessas do Cristo, o Espiritismo vinha esclarecer os homens, preparando-lhes o coração para o perfeito aproveitamento de tantas riquezas do Céu.”[2]

“Segundo o famoso Rossini: ‘A música é essencialmente moralizadora, traz a harmonia às almas e a harmonia as eleva. A alma virtuosa produzirá obras-primas capazes de comover as endurecidas. Quando o grotesco e o obsceno forem varridos pelo belo e pelo bem, desaparecerão também os compositores daquela ordem. Oh! sim, o Espiritismo terá influência sobre a música!’”[3]

Em breve essa mudança acontecerá, assim esperamos.

Referências:

[1] Nosso Lar, André Luiz e Francisco Cândido Xavier. Cap. 3 e 45

[2] A Caminho da Luz, Emmanuel e Francisco Cândido Xavier. Cap. 23

[3] Obras Póstumas, Allan Kardec. Cap. Música Espírita

Ângela M. Camargo

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