O Livro dos Espíritos
Parte 3 – Da Perfeição Moral
Capítulo XII
Caracteres do homem de bem (parte 2)
918. Por que sinais se pode reconhecer no homem o progresso real que deve elevar o seu Espírito na hierarquia espírita?
“— O Espírito prova a sua elevação quando todos os atos da sua vida corpórea constituem a prática da lei de Deus e quando compreende por antecipação a vida espiritual.
…Se sob a sua dependência, a ordem social colocou outros homens, trata-os com bondade e complacência, porque são seus iguais perante Deus. Usa da sua autoridade para lhes levantar o moral e não para os esmagar com seu orgulho. É indulgente para com as fraquezas alheias, porque sabe que também precisa da indulgência dos outros e se lembra destas palavras do Cristo: atire a primeira pedra aquele que estiver sem pecado.
Não é vingativo. A exemplo de Jesus, perdoa as ofensas, para só se lembrar dos benefícios, pois não ignora que, como houver perdoado, assim perdoado lhe será.
Respeita, enfim, em seus semelhantes, todos os direitos que as leis da Natureza lhes concedem, como quer que os mesmos direitos lhe sejam respeitados.
É bem desafiador sermos mulheres e homens de bem. Em poucos parágrafos várias virtudes são realçadas para os candidatos a receberem tal título.
Bondade e complacências, indulgência, perdão, respeito. Muitas destas palavras são sinônimos. Porém se queremos evoluir moralmente teremos que analisar cada uma dessas virtudes e ver o quanto as estamos praticando ou negligenciando.
Sugerimos começarmos com a bondade, e traçarmos a meta de sermos bons por uma semana. Anotarmos as oportunidades que tivemos de praticar o bem e as que deixamos passar. E, se tivermos dúvidas de como agirmos com bondade, é só lembrarmos da regra áurea ensinada por Jesus: “tudo quanto quereis que os homens vos façam, fazei vós a eles.”[i]
Assim, na próxima semana, buscaremos ser bons e complacentes e, pouco a pouco, vamos evoluindo, praticando as principais virtudes que nos ajudarão a chegar mais perto de sermos pessoas de bem.
Lembremos dos apóstolos de Jesus. Todos foram escolhidos por terem méritos para tarefa, porém, ainda existiam muitas arestas a serem lapidadas. Eram ciumentos, críticos, indecisos, gananciosos etc. Foram aprendendo com o Mestre a amar, a servir sem olhar a quem. Homens e mulheres, ricos e pobres, doentes do corpo e da alma eram acolhidos pelo Médico dos médicos que os curou ensinando que a fé deles os havia salvado.
Já sabemos que, para alçarmos voos em direção à luz,
precisamos de duas asas, a do amor e a do conhecimento. A Doutrina Espírita nos
oferece a oportunidade de evoluirmos e desenvolvermos pelo amor/caridade e pelo
estudo e transformação para melhor. A escolha é nossa: evoluirmos agora ou
depois.
[i] Mateus 7:12
Ângela M. Camargo
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