CARE 45

Kardec e a inclusão

Muitos de nós cristalizamos em nossa maneira de ser uma reação psicológica construída no distante período do Paleolítico, em que vivíamos mentalmente armados contra o diferente, a outra tribo. Tratava-se de uma questão de sobrevivência.

Sob certo aspecto, o tribalismo alimenta a intolerância e todas as lamentáveis ocorrências derivadas dela: o racismo, o sexismo, a homofobia, a discriminação social, o preconceito relacionado à aparência física ou ao jeito de vestir-se, etc. Alimenta ainda reações profundamente indesejáveis, como o desrespeito ao ancião e ao prisioneiro, descartados que eram em uma época em que mantê-los vivos colocava em risco toda a comunidade.

A inclusão é o rito de passagem para os planos superiores do Espírito: reconhecermos em nossos pensamentos e ações a presença incômoda do preconceito e desenvolvermos um programa que inclua em nossa vida a todos indistintamente.

Valendo-se dos conceitos sobre as vidas sucessivas, Kardec assim se manifestou em A Gênese, capítulo I, item 36:

Com a reencarnação, desaparecem os preconceitos de raças e de castas, pois o mesmo Espírito pode tornar a nascer rico ou pobre, capitalista ou proletário, chefe ou subordinado, livre ou escravo, homem ou mulher. Se, pois, a reencarnação funda numa lei da natureza o princípio da fraternidade universal, também funda na mesma lei o da igualdade dos direitos sociais e, por conseguinte, o da liberdade.

Ricardo Baesso de Oliveira