CARE 48

Oração

“Portanto, vós orareis assim (…)” Jesus (Mateus 6:9)

Cada vez mais a oração está deixando de ser um ato puramente religioso, para ser compreendida como uma atitude mental e emocional. Imersos em um mar de vibrações contraditórias e tumultuadas, em especial quando estamos encarnados, a oração é a possibilidade de, voluntariamente, respirarmos em outro padrão.

Como explicado fartamente nos estudos espíritas, a lei de afinidade é inexorável. Atraímos aquilo que pensamos; nossas emoções agregam emoções semelhantes; nossa imaginação gera as formas que nos sufocam ou aliviam; nossos desejos geram a substância da realização. De maneira consciente ou inconsciente criamos em torno de nós a atmosfera que vivemos dentro de nós.

           

Assim, é fácil entender o mecanismo e a eficácia da prece. Seja com a intenção de pedir, louvar ou agradecer[i], orar é sobretudo mudar de clima vibratório. Como alguém que estivesse se afogando e encontrasse apoio para tirar a cabeça de dentro d’água e respirar novamente, a oração – íntima e de coração, como recomenda Jesus – nos permite breves instantes de alívio, consolo e confiança.

No mundo, todos estamos sujeitos a muitas vicissitudes. Enfermidades que nos alcançam, a ação maliciosa dos maus, nossos próprios erros de julgamento e escolha, as ações infelizes e desajustadas daqueles a quem amamos, o desânimo diante da provação que parece árdua demais. Em todos estes momentos – e em muitos outros – somos convidados a buscar refúgio, esperança e força através da oração.

Através da prece não só o reajustamento de nossas ideias e sentimentos se torna possível, como nos fazemos acessíveis às influências benéficas de nossos amigos espirituais.

Por tudo isso, independente se oramos a Deus, a Jesus, aos Espíritos Bons ou simplesmente à Vida, a prece deve se tornar prática comum e cotidiana, necessária ao Espírito da mesma forma que a alimentação e o sono são necessários ao corpo.


[i] O Livro dos Espíritos. Allan Kardec. Questão 659.

Ely Edison Matos

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