Buscar o que?
“(…) buscai e achareis; (…).” – Jesus (Mateus 7:7)
Tão significativa é esta passagem do Sermão do Monte, que se tornou um ditado popular: “Quem procura, acha”. No entanto, quem procura, procura alguma coisa. Quem busca, busca algo. Que algo é este?
Na ausência de um objeto explícito, talvez possamos completar o dito de forma simples: “qualquer coisa”. Nesse sentido, a passagem toma um caráter mais verdadeiro do que aparenta. Busque “qualquer coisa” e você vai achar. Do ponto de vista espírita, isso é possível através do processo das afinidades ou sintonia vibratória.
Por esse processo, todo Espírito emite, através de seus pensamentos, sentimentos e emoções, um padrão característico de energia. Essa energia se propaga através de ondas. Como vivemos em sociedade, não apenas emitimos, mas também recebemos as energias de outros Espíritos. Esse é o fenômeno da “reflexão mental” (1). Quando o padrão de ondas recebido é semelhante ao padrão emitido, dizemos que há “afinidade” ou “sintonia”.
Entendemos, então, que nosso padrão vibratório revela o que estamos procurando, consciente ou inconscientemente. Não são necessários gestos ou palavras. Nossa busca é incessante, pois vibramos de maneira incessante. E achamos (recebemos) exatamente aquilo que estamos procurando (oferecendo).
Busque confusão e você achará tudo confuso. Busque violência e você verá a violência em todos os lugares. Busque a harmonia e você sentirá a harmonia que há em seu redor. Por um processo natural, ao buscarmos algo, nós focamos nossa atenção nesse “algo” e nos tornamos mais sensíveis a todas as expressões desse “algo”.
Allan Kardec analisa essa passagem na perspectiva da Lei do Trabalho (2), talvez porque demande um certo esforço nos tornarmos mais conscientes sobre o que estamos buscando. Ao compreendermos as nossas reais necessidades como Espíritos, deixamos gradativamente de procurar “qualquer coisa” e ajustamos nosso padrão, sintonizando com o que é importante, justo, belo e bom.
- Pensamento e Vida. Emmanuel/Chico Xavier. Cap. 1 Mente.
- O Evangelho segundo o Espiritismo. Allan Kardec. Cap. 25.
Ely Edison Matos