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O espírito natalino

A palavra natal refere-se “ao nascimento” ou “ao local onde alguém nasceu”. Natal (com inicial maiúscula) é o nome da festa religiosa cristã que celebra o nascimento de Jesus e que, antigamente, era comemorado em várias datas diferentes, pois, ignorava-se a data do Seu nascimento.

Somente no século IV que 25 de dezembro foi estabelecido como data oficial de comemoração. No ano 350 d.C., o Natal passou a ser comemorado nessa data. Em princípio, era uma data pagã conhecida como “férias de inverno” em homenagem a Saturno, o deus da agricultura. Um decreto do Papa Júlio I, naquele ano, determinou a substituição da veneração ao deus sol pela data em que teria nascido Jesus, o Salvador.

Para nós, espíritas, é de pouca importância a data em que se celebra o nascimento do Mestre. Importa-nos Seu legado moral, Sua vida de exemplo e ação sempre positiva.

Como esta data está consagrada como a do nascimento de Jesus há séculos, a humanidade cristã se modifica emocionalmente nesta época. Isso acontece porque nossa atenção se volta para os fatos registrados no Novo Testamento, na trajetória dos poucos anos que Jesus esteve entre nós, encarnado.

Não há quem estude ou conheça um pouco sobre a vida do Doce Rabino que não se emocione com o exemplo de sabedoria e de amor desse Espírito puro. Então, longe de lamentarmos Sua ausência, louvamos e agradecemos Seus ensinos deixados como rota segura, exemplos de conduta moral ilibada, que nos mostram o código de procedimentos do Homem de Bem.

Segundo Emmanuel (A Caminho da Luz), “a manjedoura assinalava o ponto inicial da lição salvadora do Cristo, como a dizer que a humildade representa a chave de todas as virtudes.”

O cristão verdadeiro aproveita essa época emotiva para uma autoanálise de suas condutas e de sua luta interior de autoaperfeiçoamento. Aquele que apenas superficialmente se dedica aos assuntos da religiosidade se preocupa muito mais com as festas e comemorações da mesa ou do comércio. A preocupação quase obsessiva em se dar e receber presentes ofusca o momento de reflexão que a época exige. A fisionomia é de pressa, cansaço e estresse quando, em verdade, deveria ser de tranquilidade e de paz interior, porque é uma fase de introspecção curativa e harmonizadora. Sejamos leves, simples, joviais. Comemoremos sim, mas com amizade, união e fraternidade. E lembremo-nos do aniversariante, agradecendo-Lhe, diariamente, por tudo o que Ele faz por nós.

Fernando Emílio Ferraz Santos

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