CARE 77

O remédio salutar

Há um certo tempo estive lendo o capítulo 157 do livro “Vinha de Luz”, de Emmanuel.

Esse capítulo traz uma reflexão profunda a respeito da cura verdadeira – que transcende o corpo biológico e chega até a alma. Emmanuel considera que várias enfermidades não aparecem apenas por origem física, mas apresentam causas emocionais e mentais: ressentimentos, culpa, mágoa, inveja. São sentimentos que, se não tratados, terminam se refletindo no corpo, atingindo órgãos de acordo com as sensibilidades individuais.

O autor destaca que o remédio salutar (título da lição) começa com coragem para reconhecer erros, assumir responsabilidades e abrir o coração.

Compartilhar os desafios, pedir perdão se for o caso e perdoar, principalmente, conversar com amigos e pessoas de confiança são atitudes que limpam a mente e aliviam o coração. É uma maneira libertadora de agir e muito importante para o reequilíbrio íntimo que possibilita a verdadeira cura.

A lição mostra um ponto muito importante: a força da oração e do auxílio mútuo. Quando oramos uns pelos outros com sinceridade, criamos uma corrente de fluidos benéficos que vai beneficiar quem ora e quem recebe a oração. Temos certeza de que os amigos espirituais atuam nesse ambiente de emanações sinceras, proporcionando equilíbrio e a renovação interior.

E ainda, Emmanuel destaca que a recuperação espiritual depende da disposição de cada um em se modificar. Jesus oferece o caminho por meio dos seus ensinamentos: reconhecer as próprias falhas, buscar o reajuste moral, cultivar o perdão e orar com unção e honestidade. A saúde integral – biológica e espiritual – nasce desse esforço que a pessoa faz junto com o auxílio mútuo.

Allan Kardec já nos instruiu a respeito desse assunto, quando diz n’O Evangelho segundo o Espiritismo [1]: “Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que faz para dominar suas más inclinações”.

E apoiamo-nos em Jesus, em Lucas [2]: “Os sãos não precisam de médico, mas sim os doentes. Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores ao arrependimento”.

Referências bibliográficas:

[1] O Evangelho segundo o Espiritismo, Capítulo XVII, Item 4. [2] Evangelho de Lucas, Capítulo 5, Versículos 31 e 32.

Fernando Emílio Ferraz Santos

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