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Jesus revolucionário: a mudança de dentro para fora sob a visão espírita

A doutrina espírita mostra Jesus não somente como um mestre ou exemplo de moralidade, mas como o maior revolucionário da história. De uma revolução profundamente interior e que gera transformação. Em geral, as revoluções que conhecemos são políticas e violentas. Mas a revolução de Jesus é uma revolução do espírito e da consciência, revolução essa fundamentada no amor, na caridade e na reforma íntima.

Espírito puro, experiente e conhecedor da alma humana, seu olhar era penetrante e psicológico, pois via além das aparências. Assim, enxergava a essência e as potencialidades de cada ser humano, mesmo quando estes não conseguiam reconhecer-se a si mesmos. Jesus não julgava, mas compreendia que a vida era um aprendizado, ensinando com palavras diretas, parábolas e atitudes que buscavam despertar a reflexão e a mudança moral interna. Um exemplo disso está na parábola do Bom Samaritano: Jesus ensinava que não importavam as normas sociais ou religiosas, mas o amor prático e efetivo ao próximo, mesmo aquele socialmente rejeitado ou desacreditado.

Na doutrina espírita, por meio das obras psicografadas, como, por exemplo, Emmanuel e Joanna de Ângelis, Jesus é um revolucionário que propõe uma transformação progressiva e consciente do ser humano. Essa transformação – que pode ser chamada também de revolução, reforma ou renovação – tem início na conscientização íntima, na tomada de responsabilidade pelos próprios atos e na superação das dificuldades interiores que impedem o avanço espiritual. Não é uma revolução imposta de fora para dentro, mas um despertar interior que se reflete em atos e atitudes repletos de amor e caridade.

O livro Jesus e Atualidade [1], ditado por Joanna de Ângelis, acentua que Jesus foi um psicoterapeuta sublime, que conduzia psicologicamente as pessoas pelo entendimento e pelo amor, sem punir, acusar ou medicar, mas mostrando o caminho da autocura. Ele convidava cada um a fazer sua revolução íntima, o rompimento com o comodismo, a autopiedade e o passado que entrava em conflito com a evolução da alma.

Essa revolução interior é um processo lento, que envolve paciência e perseverança, muito em desacordo com a rapidez superficial das informações que vivenciamos hoje. É uma obra de trabalho silencioso cotidiano, no qual o indivíduo aprende a silenciar, escutar a si mesmo e renovar sua consciência.

A revolução trazida por Jesus inaugura uma nova era espiritual para a humanidade, a chamada maioridade espiritual, segundo Emmanuel, que, por sua vez, direcionou seus ensinamentos no livro A Caminho da Luz [2]. Jesus deu-nos o código da fraternidade e do amor, elementos essenciais para a construção de uma sociedade renovada em seus alicerces morais.

Levando isso em conta, Jesus revolucionário é aquele que, pelo amor e pela prática da caridade, convida à regeneração interior e, a partir dela, à transformação de toda a vida social. Ele fez isso com uma doutrina simples, mas profunda: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo.” Essa mensagem permanece atual e vital para a humanidade que busca evolução consciente.

Os livros Jesus e Atualidade [1] e A Caminho da Luz [2] destacam a dimensão revolucionária de Jesus como psicólogo espiritual e mestre da transformação íntima, enfatizando que a verdadeira revolução é aquela que acontece dentro de cada um, promovendo a paz, a luz e a caridade para um mundo melhor.

Referências bibliográficas:

[1] FRANCO, Divaldo Pereira. Jesus e Atualidade. Pelo Espírito Joanna de Ângelis.

[2] XAVIER, Francisco Cândido. A Caminho da Luz. Pelo Espírito Emmanuel.

Fernando Emílio Ferraz Santos

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