Pureza doutrinária
Em uma época em que a palavra fake (falso, em inglês) está tão arraigada em nossas mentes, na qual devemos duvidar da maioria das informações veiculadas pelas redes sociais e até mesmo das pesquisas na internet, é de extrema importância mantermos o conceito de pureza e lisura dessas informações. No caso de uma doutrina (conjunto de ideias básicas contidas em um sistema filosófico, político, religioso, econômico, etc.), buscamos a pureza doutrinária.
A pureza doutrinária é o compromisso de preservar a integridade e a autenticidade dos ensinamentos originais de uma doutrina ou filosofia, evitando que ela seja deturpada ou alterada por interpretações pessoais, modismos ou inserção de conceitos externos.
No contexto do espiritismo, a pureza doutrinária refere-se à fidelidade aos princípios e ensinamentos estabelecidos por Allan Kardec nas obras básicas da codificação espírita.
Podemos citar algumas maneiras de manter essa pureza doutrinária com base nas lições que aprendemos com os Espíritos Amigos em diversas ocasiões:
Estudo regular: estudar as obras básicas de Allan Kardec, como O Livro dos Espíritos, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Livro dos Médiuns, O Céu e o Inferno e A Gênese. Essas obras são a base do espiritismo e fornecem os fundamentos necessários.
Prática da caridade: a caridade é um dos pilares do espiritismo. A prática constante da caridade, seja por meio de ações altruístas ou do apoio a quem precisa, ajuda a manter o foco nos ensinamentos espíritas.
Participação em reuniões e grupos de estudo espíritas: compartilhar conhecimentos e experiências com outros praticantes reforça os princípios doutrinários e evita desvios.
Manter um espírito crítico e discernente: nem todas as mensagens ou fenômenos atribuídos ao espiritismo são genuínos. Avaliar a coerência e a moralidade das comunicações e práticas é fundamental.
Conexão com Espíritos elevados: buscar sempre a orientação de Espíritos superiores e confiáveis. Meditações, preces e elevação do pensamento ajudam a estabelecer essa conexão, garantindo que as mensagens recebidas sejam de alta qualidade espiritual.
Divulgação correta da doutrina espírita: evitar misturá-la com outras crenças ou práticas que não fazem parte dos ensinamentos de Kardec. A clareza na transmissão dos princípios é crucial.
Estar aberto a novas descobertas e adaptações: desde que estejam em harmonia com os princípios fundamentais do espiritismo. A doutrina espírita é progressiva e deve evoluir com o tempo, mas sem perder sua essência.
Incentivar a formação adequada de médiuns: a prática mediúnica deve ser exercida com responsabilidade, respeito e conhecimento dos princípios espíritas, evitando mistificações e abusos.
Na Revista Reformador de dezembro de 2005, lemos uma mensagem de Bezerra de Menezes, psicografada por Divaldo Franco, que diz:
“Enfrentais no momento dificuldades que se multiplicam. Tendes pela frente desafios inumeráveis. Lobos vestem-se de ovelhas para ameaçarem o rebanho. Permanecei vigilantes como estais demonstrando, a fim de passarmos às gerações do futuro a Doutrina dos Espíritos na pulcritude e nobreza com que a recebemos de Allan Kardec e dos Mensageiros que a compuseram.”
Fernando Emílio Ferraz Santos
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