CARE 69

Direitos humanos

Muito se fala em direitos humanos.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em Paris, no dia 10 de dezembro de 1948, por meio da Resolução 217 A (III) da Assembleia, trouxe normas para a defesa dos direitos dos cidadãos.

Segundo a Unicef (United Nations International Children’s Emergency Fund, organização das Nações Unidas que defende e protege os direitos de crianças e adolescentes em mais de 190 países), os direitos humanos são normas que reconhecem e protegem a dignidade de todos os seres humanos. Os direitos humanos regem o modo como os seres humanos, individualmente, vivem em sociedade e entre si, bem como sua relação com o Estado e as obrigações que o Estado tem em relação a eles.

São normas humanas que buscam mais respeito e dignidade para os seres humanos e que vêm ao encontro dos postulados espíritas.

A relação entre os direitos humanos e o espiritismo pode ser explorada de várias maneiras, considerando os princípios éticos e morais fundamentais da doutrina espírita.

Respeito à Dignidade Humana: O espiritismo destaca a importância do respeito à dignidade de todos os seres humanos, reconhecendo que cada pessoa é um Espírito em evolução. Esse princípio está alinhado com a essência dos direitos humanos, que afirmam a dignidade inerente e o valor de cada indivíduo, independentemente de raça, religião, gênero ou qualquer outra característica.

Justiça Social e Igualdade: A Doutrina Espírita aborda questões de justiça social e igualdade, defendendo a importância de combater a discriminação e a desigualdade em todas as formas. Isso se alinha aos direitos humanos, que buscam garantir que todos os indivíduos tenham acesso igualitário à justiça, à educação, à saúde e a outros direitos básicos.

Solidariedade e Compaixão: O espiritismo promove a solidariedade e a compaixão como princípios essenciais para uma sociedade mais justa e harmoniosa. Esses valores estão intimamente ligados aos direitos humanos, que buscam garantir que todas as pessoas tenham acesso a condições de vida dignas e oportunidades igualitárias.

Perdão e Reconciliação: O espiritismo ensina sobre a importância do perdão e da reconciliação para o crescimento espiritual e a evolução pessoal. Esses princípios podem ser vistos como fundamentais para a construção de sociedades mais pacíficas e respeitosas dos direitos humanos, especialmente em contextos de conflito e injustiça.

Vemos, também, na mensagem do Evangelho, essas recomendações de Jesus.

Mateus 22:39: “Ame o seu próximo como a si mesmo”, princípio fundamental da igualdade e dignidade de todos os seres humanos, independentemente de quem são ou do que fizeram.

Lucas 6:31: “Assim como vocês querem que os outros lhes façam, façam também a eles”, princípio da justiça e da equidade, incentivando os cristãos a tratarem os outros da maneira que desejam ser tratados. Ele promove a igualdade de direitos e oportunidades para todos.

E, buscando Kardec e os Espíritos da Codificação, lemos em O Livro dos Espíritos, questão 803:

“Todos os homens são iguais perante Deus?” A resposta: “Sim, todos tendem para o mesmo fim e Deus faz as suas leis para todos. Dizeis frequentemente: ‘O sol brilha para todos’, e com isso dizeis uma verdade maior e mais geral do que pensais. Todos os homens são submetidos às mesmas leis naturais, todos nascem com a mesma fragilidade, estão sujeitos às mesmas dores e o corpo do rico se destrói como o do pobre. Deus não concedeu, portanto, superioridade natural a nenhum homem, nem pelo nascimento, nem pela morte: todos são iguais diante dele”.

Fernando Emílio Ferraz Santos

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