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Doenças

A Doutrina Espírita, a nós apresentada por Allan Kardec e, posteriormente, estendida nos seus ensinamentos pelos Espíritos escritores, além dos encarnados que se dedicaram ao tema, nos oferece uma perspectiva que engloba os conhecimentos sobre a saúde humana. Não só a saúde física, mas também, as chamadas psicossomáticas.

Já Kardec, em suas análises com os Espíritos, mostrou que as doenças são entendidas como resultado do desequilíbrio espiritual que se manifesta no corpo somático.

As considerações referentes ao espiritismo, no que se refere à questão saúde-doença, demonstram que está ligada à lei de causa e efeito. Toda ação gera uma consequência, que é reflexo dela.

Se a causa não está no hoje, está no ontem. Já vemos isso em O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo V. A lei de causa e efeito, que resume isso muito bem, é um débito que criamos para nós próprios. Precisamos dar conta de tudo o que recebemos de Deus. Desde as posses temporárias, até a inteligência, afetos, tempo e, claro, o corpo biológico que temos emprestado.

Os Amigos Espirituais nos ensinam, desde Kardec, que as doenças humanas têm origem quase totalmente no psiquismo. Aquilo que chamamos de vícios da alma, como orgulho, egoísmo, vaidade, preguiça dão origem a distúrbios e enfermidades no corpo físico e no perispírito. E daí a necessidade de levarmos isso em consideração, porque a cura de uma doença está ligada à cura das emoções e dos pensamentos.

A cura real e a saúde integral exigem a reforma íntima, o conhecimento de si mesmo e o entendimento das leis de causa e efeito. É muito importante que analisemos nossa emissão de pensamentos, atitudes e sentimentos. Se detectarmos algo que não esteja de conformidade com os ensinamentos do Cristo, procuremos modificar esse padrão para melhor.

O conhecimento de nós mesmos possibilita enxergarmos nossas tendências espirituais e modificarmos os desafios dentro de nós.

O Espiritismo aponta o tratamento espiritual como um complemento ao tratamento material. Ele oferece o passe, as reuniões de tratamento mediúnico, a fluidificação das águas, o atendimento fraterno, as indicações de culto do Evangelho no Lar e leituras objetivas ao caso, as reuniões públicas e os grupos de estudos para esclarecer os conhecimentos. E a conscientização de responsabilidade individual é muito importante, além do autocuidado que busca a paz de espírito, a harmonia interior, o perdão e a caridade.

Mas o maior médico de almas, sem dúvida alguma, é Jesus. Aquele que nos convida a conhecer a nós mesmos. Ele nos ensina constantemente a cura. Por isso, Sua passagem entre nós foi registrada com muita propriedade, como vemos em Mateus 4:23: Jesus andava por toda a Galileia ensinando nas sinagogas e pregando as boas novas do reino dos céus. E curava toda a casta de doenças e enfermidades entre o povo.

Que saibamos copiar o modelo do Mestre para nós. E tratarmos nossas próprias enfermidades. Muita paz.

Fernando Emílio Ferraz Santos

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