Editorial
O Editorial desta edição, em homenagem ao dia dos pais, conta com a participação especial de nosso amigo Paulo Henrique Rezende Monteiro.
Com ele, a palavra…
Dia dos Pais (e filhos)
Nesses dias em que o mundo materialista propõe a comemoração do dia dos pais propomos uma reflexão a pais e filhos a partir das orientações que o Evangelho de Jesus nos oferece na figura de José – pai (Pai) de Jesus – à luz da Doutrina que “os Espíritos do Senhor […] as virtudes dos céus” nos revelaram em nome da Verdade.
Os registros evangélicos trazem pouca referência direta à figura de José, pai de Jesus, marido de Maria. Porém, eles não poderiam ser mais eloquentes: a figura do pai está, muitas vezes, nos recônditos da realidade.
Comecemos pela letra para chegar ao espírito! José é o protótipo de paternidade.
Ele é o pai corajoso que aceita a missão de ser o protetor d’Aquele que seria O Salvador da Humanidade. Quem de nós pais não sentimos o peso da responsabilidade ao receber a notícia da paternidade? Imagine o que José sentiu. E não esmoreceu!
José foi também aquele pai que, alertado pelo Senhor – por meio de um anjo – “levantou-se, tomou a criancinha [Jesus] e sua mãe…” (Mt. II: 21) e prudente e intimorato buscou a segurança de seu filho.
José também foi aquele pai admirado diante do reconhecimento espontâneo de seu Filho como o Salvador Prometido por YHVH (IAVÉ) pelo humilde Simeão e pela profetisa Ana (Lc. II: 36-38) assim como pelos espantados mestres de Israel no Templo de Jerusalém (Lc. l: 46-47). Nessa passagem não se deixou deslumbrar; seguindo como humilde e operoso carpinteiro que, à maneira de nosso Pai Celeste, dá o exemplo constante do trabalho.
José foi o pai de um Menino Anjo que, na infância, era tudo em potencial, mas ainda não era cônscio disso. Como foi ser pai de Tão Imensa Criatura? Espanto; admiração, humildade e discrição; assim foi José.
Podemos perceber, nessas poucas passagens, que José é a imagem e semelhança do Pai dos Céus que se faz presença constante, das formas as mais reais e verdadeiras e, muitas vezes, imperceptíveis.
Enquanto esteve com Jesus, José foi presença discreta que acompanhou os passos do Salvador atento às oportunidades de servir a Jesus e a todos que o circundavam. José faz isso até hoje. Discretamente, ele acompanha o Projeto de Jesus para a Humanidade servindo a todos nós no trabalho caritativo de atendimento às nossas reais necessidades. O faz tão discretamente que nós mal percebemos.
Sejamos assim, nós, os pais menores e menos capacitados. Acompanhemos os nossos filhos nos seus projetos de espiritualização de forma discreta, muitas vezes oculta, não reconhecida.
Assim fez José, assim faz o Pai dos Céus, assim façamos nós.
O nosso tempo pode gerar o sentimento de medo diante de tanta ameaça, violência e iniquidade, mas os bons pais seremos aqueles que, vendo ameaçada a segurança de nossos filhos, atentos às vozes do céu, não nos deixaremos abater.
Diante da paternidade, tenhamos nós coragem.
Sejamos nós prudentes e destemidos. Humildes e discretos.
Se nossos filhos não são anjos, saibamos ajudá-los a ser.
Se já estão neste caminho, acompanhemo-los tranquilos.
Nesses dias em que o mundo materialista nos convida a comemorarmos o dia dos pais, pensemos o quanto estamos sendo fiéis à unção que nos foi concedida.
Quanto a nós, os filhos — na relação com aqueles que são ou foram os nossos pais nessa reencarnação – se temos alguma desavença, levantemo-nos e busquemo-los enquanto estamos a caminho com eles para que, no futuro, a nossa consciência, ajuizando, não nos entregue às sombras da alma e esta nos encerre na prisão da culpa. (Mt. V:25).
Honremos, engrandeçamos e agradeçamos a nossos pais para que tenhamos prolongados os nossos dias na Terra (Ex. XX: 12); dias de convívio e de oportunidade reencarnatória de nos amarmos, porque venturoso será o dia em que pais e filhos se amarão como o Pai dos Céus nos ama.
Muita paz!
Boa leitura!
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