CARE 54

O grande convite: “Amai-vos e instruí-vos”

Aqueles, como os nossos, eram dias tumultuosos.

Por toda parte a impiedade e, por consequência, a injustiça.

Tanto à época em que Jesus esteve encarnado entre nós, quanto na nossa, no mundo material; todos os indícios do tempo de transição.

Naquela época, Ele veio “cumprir a Lei e os Profetas”. E anunciou o Reino de Paz que já se efetivava na consciência dos Espíritos, como Jeziel e Abgail, que tinham olhos de ver e ouvidos de ouvir.

À época, Ele concitou a muitos a segui-lo. A uns, advertindo, como o fez a Nicodemos, chamando atenção com relação à ressurreição. A outros, como ao moço rico, sugerindo que o jovem deixasse as coisas da matéria e se voltasse para as coisas do Espírito.

Esses foram convites com relação à Lei ou, se quisermos, à instrução. Mas Ele veio também cumprir o que disseram os Profetas a respeito dEle e, neste sentido, com relação à prática da Lei de Amor: a qual Ele foi a encarnação perfeita.

E então, convidou a Zaqueu que descesse do sicômoro e alçasse aos píncaros da Espiritualidade pela prática do Amor que aquele Espírito, desde então, e para sempre nunca mais deixou de viver.

Assim também foi com Maria, a de Magdala.

Depois do Amor em forma de não condenação oferecido por Ele; ela, desde então e para sempre, dedicou-se a todos nós, mas, sobretudo àqueles de nós que mais sofrem.

Como outrora, Ele vem novamente aos transviados filhos de Israel, mas, agora, não somente. Agora a todos nós, filhos ou não de Abraão, mas a todos os adeptos da Doutrina dos Espíritos do Senhor que são as virtudes dos Céus.

Como um farol a guiar as consciências em tempos de tempestade, Ele se apresenta no meio de nós, lugar de onde nunca se apartou, a alertar-nos grave e amorosamente.

“Espíritas! Amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo.”[i]

Nestes dias de transição, que a memória da encarnação de Jesus no meio de nós seja a lembrança de tudo o que Ele disse e fez em favor de nossa redenção como Espíritos. Que saibamos nós honrar a memória dEle no esforço de uma prática diferenciada.

E assim, cultivemos e cultuemos a vida, festejando cotidianamente a vida em abundância que Ele veio nos trazer: a verdadeira vida, a vida eterna, a vida do Espírito em Espírito e Verdade.


[i] O Evangelho Segundo O Espiritismo, item 5 – capítulo VI – Allan Kardec.

Josemare Pires
Paulo Henrique Monteiro

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