Transitemos!
Ontem, ainda ontem, lá estavam eles; lá estava Ele.
Hoje, ainda hoje, permanecem eles; permanece Ele.
Àquela época, como hoje, lá estavam os discípulos diante da obsessão, das obsessões, dos obsessores. Concitados por um pai aflito em função de uma obsessão severa a que seu filho estava sujeito, os discípulos tentaram curá-lo, mas não conseguiram. Lá estavam eles, confusos, frustrados, entristecidos.
Àquela época, como hoje, lá estava Ele a constatar a presença das forças perturbadoras fora e dentro de nós. Fora na figura “da geração incrédula e perversa”; dentro, na “fraqueza da vossa [nossa] fé.”
Àquela época: “fé como um grão de mostarda”.
Hoje: amor e instrução.
Geração incrédula e perversa era aquela que não cria na lei de Deus que é lei natural. Espíritas somos aqueles que cremos, mas, talvez, ainda de forma frágil, na lei de Deus que é lei Natural.
Creiamos nos ensinamentos dO Cristo de Deus como cremos na lei de Deus que faz existir o minúsculo grão de mostarda como a frondosa árvore semelhante à qual pertenceu e teve origem.
Creiamos com a fé racionada que nos faz ver na realidade natural a expressão de Deus, do espírito e da matéria.
Mas, hoje, como deveríamos ter feito ontem, instruamo-nos para saber mais sobre Deus, o espírito, a matéria.
Hoje, como deveríamos ter feito ontem, instruamo-nos para fazer mais defronte da obsessão, das obsessões, dos obsessores.
Porque estes nossos irmãos, ontem, como ainda hoje, precisam de nós para transitar da perversão e do desequilíbrio para a regeneração. Porque nós precisamos transitar da perversão e do desequilíbrio para a regeneração. Porque nós somos, como ontem, ainda hoje, os lunáticos, os endemoniados, os tentados, muitas vezes, os tentadores; tantas vezes os obsediados, outras tantas, os obsessores!
Nestes tempos… “Espíritas! Amai-vos, […]; instruí-vos, […].”
Amemo-nos porque esse o primeiro e sublime ensinamento que está ínsito em todas as coisas da Natureza, da Criação. Amemo-nos porque Jesus nos amou e nos pediu que nos amássemos uns aos outros como Ele nos amou. Amemo-nos porque Deus é amor.
Mas, também… Instruamo-nos, porque esse é o segundo e não menos importante ensinamento e, também, expressão de amor a Deus, a Jesus, a nós mesmos, ao próximo.
Instruamo-nos para sabermos onde estamos pisando! Para sabermos enxergar o que estamos vendo! Ouvir o que estamos escutando! Distinguir umas das outras coisas: a luminosidade do obscuro; a bondade, do erro!
Instruamo-nos porque, como ontem, ainda hoje, estamos em tempo de transição!
Ontem, ainda ontem, lá estavam eles; lá estava Ele.
Hoje, ainda hoje, permanecem eles; permanece Ele; permanecemos nós.
Mudemo-nos! Transitemos!
Josemare Pires
Paulo Henrique Monteiro
Página 13