Vida futura
O mês de setembro é dedicado à prevenção ao suicídio. A sociedade civil e as diversas religiões destacam através de campanhas, debates e palestras, a necessidade de se falar em prevenção ao autoextermínio, pois a cada dia vem crescendo o número de óbitos por suicídio, bem como o número de tentativas desse desiderato.
A doutrina espírita tem muito a contribuir para uma melhor compreensão desse fenômeno e oferece fundamentos para o esclarecimento da inutilidade do ato suicida, uma vez que a vida não termina no túmulo, mas sim, prossegue com toda sua carga de conquistas e equívocos vividos pelo indivíduo na sua atual encarnação. Tal afirmativa pode ser corroborada no ensinamento de Jesus diante de Pilatos: “O meu reino não é deste mundo” (Jo 18:36), onde Jesus apresenta a vida futura, afirmando a esse governador, que a sua execução somente colocaria fim ao seu corpo físico, mas o ser espiritual perpetuaria na vida futura imaterial.
Allan Kardec, no item 2 “A Vida Futura”, do capítulo 2 – Meu reino não é deste mundo – de O Evangelho Segundo o Espiritismo, destaca a enorme relevância desse ensinamento: “A vida futura pode ser considerada como o principal ensinamento de Jesus, e por isso foi colocada no início desta obra.”
Entretanto, coube a Dona Yvonne do Amaral Pereira trazer ao nosso conhecimento, através da psicografia, um tratado sobre suicídio, o livro Memórias de um Suicida, ditado pelo Espírito suicida Camilo Cândido Botelho, onde reafirma a existência da vida além-túmulo, vida futura, bem como as consequências nefastas do ato suicida. O Espírito suicida ao entrar no mundo espiritual, por ter contrariado as leis que regulam a harmonia, é como um clandestino da Espiritualidade, sendo responsabilizado por seu ato intempestivo, e necessitará de um sacrifício ainda maior daquele que fazia quando encarnado, para se reajustar às leis de harmonia do cosmo.
Na certeza da vida futura, o suicida não deixa a vida através do autoextermínio, pois a vida não está na matéria que corporifica o Espírito, mas no ser essencial que é o Espírito. É um conhecimento robusto para uma reflexão sobre a inutilidade de tentar amenizar o sofrimento temporário atual, através do suicídio. Esse não é solução para nenhuma aflição. Jesus nos ensinou que todo aflito e sobrecarregado O buscasse, pois seria aliviado. É nessa busca permanente por Jesus, que o aflito encontrará o início da sua terapia de cura, pois o Mestre Jesus veio para que todos nós tivéssemos vida, e vida em abundância.
Afonso Celso Martins Pereira
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