O pensamento
Segundo André Luiz, há um bilhão e quinhentos milhões de anos, começou a evolução do princípio inteligente e esse prazo foi necessário para que a estabilidade do pensamento contínuo se instalasse no ser humano.
Pelo entendimento progressivo entre as criaturas, por intermédio da palavra que assegura o intercâmbio, fundamenta-se no cérebro o pensamento contínuo e, por semelhante maravilha da alma, as ideias-relâmpagos ou as ideias-fragmentos da consciência no reino animal se transformam em conceitos e inquirições, traduzindo desejos e ideias de vigorosa substância íntima.
Começando a fixar o pensamento em si mesmo, estimulando-se para encadear e exprimir (ideias, sentimentos) confiou-se o homem a novo tipo de repouso: a meditação ante os problemas da própria vida.
Cosme Massi, no Seminário “O Perispírito”, proporcionado pela USE de São José do Rio Preto, em 19 de agosto de 2019, assevera que: “Existem duas formas opostas de se compreender o que seja o pensamento: A forma espiritualista, que entende que o ser humano é uma alma imortal e que é o ser que pensa; e a forma materialista, que acredita que quem pensa é o cérebro utilizando-se de uma estrutura desconhecida, a que chamaram mente, e que morre com a morte do corpo.”
Sendo um atributo do ser espiritual, é o pensamento que distingue o espírito da matéria. Sem o pensamento, o espírito não seria espírito. (Allan Kardec – Revista espírita, dezembro de 1868).
Mas, o que são os pensamentos? Para os espiritualistas, pensamentos são todos os estados internos da alma: vontade, desejos, sentimentos, emoções, paixões, consciência, memória, raciocínio, tudo aquilo que ocorre na alma são pensamentos.
Se dizemos que estamos sentindo alguma coisa, isso que sentimos é um pensamento. Poderíamos dizer que pensamentos seriam “estruturas” internas da alma, mas nós não sabemos o que sejam realmente.
“O pensamento é criador. Assim como o pensamento de DEUS projeta sem cessar no espaço os germens dos seres e dos mundos, assim também o do escritor, do orador, do poeta, do artista, faz brotar incessante florescência de ideias, de obras, de concepções que vão influenciar, impressionar para o bem ou para o mal, segundo sua natureza, a multidão humana.” (Léon Denis, O problema do ser, do destino e da dor).
Portanto, o pensamento não atua somente em torno de nós, influenciando nossos semelhantes para o bem ou para o mal; atua principalmente em nós; gerando nossas palavras, nossas ações e, com ele, construímos, dia a dia, o edifício grandioso ou miserável de nossa vida presente e futura, porque produz formas e imagens que se imprimem na matéria sutil de que o corpo fluídico é composto. Quando meditamos em assuntos elevados, na sabedoria, no dever, no sacrifício, nosso ser impregna-se, pouco a pouco, das qualidades de nosso pensamento. É por isso que a prece ardente, que é um impulso da alma para as potências infinitas, tem tanta virtude. Nesse diálogo solene do ser com sua causa, o influxo do Alto invade-nos e desperta sentidos novos.
Está no pensamento o poder da prece que por nada depende nem das palavras, nem do lugar, nem do momento em que seja feita. (O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo XXVII, item XV). Mas, quase sempre, nossos pensamentos passam constantemente de um a outro assunto. Pensamos raras vezes por nós mesmos, refletimos os mil pensamentos incoerentes do meio em que vivemos. Algumas ferramentas muito importantes para controlar nossos pensamentos são: vigilância, novas atitudes, novos caminhos. Transformação do “homem velho” em “homem novo”, construção de novos hábitos. Começamos controlando as palavras, depois os pensamentos até chegarmos nos sentimentos. Santo Agostinho ensina que, um dia por vez, devemos observar a SINTONIA que estamos estabelecendo, o que nos faz bem e o que não nos faz bem. (O Livro dos Espíritos, questão 919). Prece e sintonia com o mentor são nossas ferramentas espirituais para a renovação dos pensamentos! “Somos o que pensamos. Tudo o que somos surge com nossos pensamentos. Com nossos pensamentos fazemos nosso mundo”. (Buda).
Luiz Eduardo Prado de Oliveira
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