Conciliação
Nem sempre nos sentimos preparados para os grandes momentos de uma encarnação. E eles chegam inesperadamente. Parece que tudo vai se encaminhando para ele. Sim, as encarnações nos oferecem recursos e ajudas para que consigamos crescer rápido e de forma eficaz. Quase sempre tememos o grande momento. Pode ser uma enfermidade, a perda de um ente muito amado, a vitória de um adversário e que muito incomoda.
Jesus nos disse que devemos nos conciliar com eles, enquanto estamos a caminho. Mateus anotou no seu Evangelho no capítulo 5, Vv. 25, essa informação que quase sempre passa desapercebida de nós porque de alguma forma nos incomoda. Será mesmo que gostaríamos de conciliar com aquele ou aquela que gera tormenta em nós, por alguma razão desconhecida ou não? Nos fugimos deles? Os renegamos como párias, esquecendo que são nossos irmãos ou irmãs?
Ao lado dos sentimentos, existe a caixinha dourada dos afetos. Uma pessoa só se torna nossa inimiga porque antes gerou em nós um certo grau de afeto. Esse afeto, por alguma razão, foi tomado por uma nuvem escura a partir de um fato que não gostamos, não diluímos bem, gerou ressentimento em nós. Cada afeto livre em nós vibra a nosso favor. Cada afeto nublado não consegue emitir sua potência porque o encobrimos com nossas mágoas ou coisas semelhantes. Então, o adversário é aquele que alinhamos nas sombras do afeto que ele foi um dia para nós. Sim, nossos desafetos foram antes entes muito queridos.
Sabiamente Jesus nos oferece a solução. Concilia depressa com ele, a fim de que a nuvem desapareça e a frequência de paz nos faça melhores e felizes. Ora, não se vai ao Pai com manchas em nós. Isso é um grande fato. Assim sendo, cuidemos de nós mesmos e principalmente dos nossos afetos. É tempo de conciliações, é tempo de crescer no amor. Somente ele pode nos guiar nesses passos que damos minuto a minuto para o lado certo ou não.
O Mestre ainda nos disse ser Ele o caminho, a verdade e a vida e que ninguém irá ao Pai sem Ele. No Espiritismo aprendemos que Ele é nosso guia e modelo, aprendemos ainda que Ele criou este mundo e o dirige para o bem de todos nós. Ainda sabemos que Ele nos concitou a amarmos uns aos outros como Ele nos amou. Então, o que estamos esperando? Vamos depressa ao encontro daquele ou daquela que insistimos em chamar de desafeto, adversário ou coisa semelhante e o abracemos e conciliemos com ele ou ela enquanto há tempo, enquanto há luz! Eis aí um grande momento que chega se ainda aconchegamos em nós o desafeto por este ou aquele. Libertemos nosso afeto e prossigamos em paz.
Guaraci de Lima Silveira
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